Agronegócios
14/07/2022 08:33

Cecafé/Häusler: Brasil tem exportado café para a Rússia, após impactos no início da guerra


Por Isadora Duarte

São Paulo, 14/07/2022 - O presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Günter Häusler, afirmou que o País tem conseguido exportar café à Rússia, após impactos no início da guerra entre o país e a Ucrânia. "Houve impacto no início da guerra nas exportações com gargalos no transporte marítimo, mas temos visto ultimamente melhoria nos destinos do café, principalmente no último mês. As relações comerciais do Brasil com a Rússia continuam, importando diesel, e assim tem acontecido com o café que tem chegado ao destino até mesmo por outras alternativas com destinos indiretos pelo Leste Europeu", afirmou Häusler, em coletiva de imprensa virtual realizada pela entidade na tarde de ontem (13).

O diretor técnico do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Eduardo Heron dos Santos, destacou que a Rússia importa mais de 1 milhão de sacas de café do Brasil por ano-safra. "Vimos que houve impacto imediato. Até fevereiro, os embarques vinham regulares, houve uma queda e depois o mercado começou a se ajustar", comentou. Durante a safra 2021/22, encerrada em junho, o Brasil exportou 950,86 mil sacas à Rússia, 20,3% inferior à temporada anterior. O desempenho foi afetado pelos efeitos da guerra, principalmente em abril e maio deste ano.

Santos ressaltou também que a exportação brasileira para outros países do Leste Europeu tem crescido, provavelmente para abastecer a Rússia de forma indireta. "Acreditamos que depois da guerra, Rússia voltará ao patamar normal de consumo de café do Brasil, de 1 milhão de sacas/ano. É um mercado consolidado e acreditamos na retomada", projetou.

Logística - A logística continua sendo o maior desafio para a exportação brasileira de café da safra 2022/23, iniciada em 1º de julho deste ano, avalia o diretor técnico do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Eduardo Heron dos Santos. "Pelo volume estimado de safra pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 53,43 milhões de sacas em 2022, teoricamente teremos exportação maior, mas o grande desafio continua sendo a logística. Segundo previsões de agência de navegação, o cenário deve começar a melhorar somente no segundo semestre de 2023, considerando entrega de embarcações encomendas. "Mesmo tendo maior disponibilidade de café, o desempenho das exportações depende dessa situação que carregamos", disse Santos.

Ele destacou que o desempenho das exportações vai depender também do cenário da pandemia de covid-19 no mundo. "Ainda temos o desafio da covid. Recentemente, vimos o maior porto do mundo, em Xangai (China), com atividade limitada em virtude da covid-19. Se esse cenário não afetar exportações, temos café para embarcar", apontou. "Mesmo com maior volume de safra, as exportações vão depender do transporte marítimo, da logística em geral e da situação da covid-19 no mundo", pontuou.

O diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, destacou que a entidade não divulga previsões de exportações. "Pelo levantamento da Conab, vemos safra até 12% maior com bienalidade positiva. Apesar disso, há influência de inúmeros fatores logísticos e geopolíticos sobre as exportações. Apesar deste cenário que se apresenta, buscaremos o melhor resultado e trabalharemos com máxima eficiência", comentou.

Contato: isadora.duarte@estadao.com
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