Agronegócios
22/03/2022 08:05

Exclusivo: Estudo do governo federal comprova aquecimento e chuvas extremas no Brasil


Por Gustavo Porto

Brasília, 21/03/2022 - Estudo do governo federal comprova o aumento constante das temperaturas nos últimos 90 anos e a ocorrência de chuvas cada vez mais extremas no País, especialmente nas últimas décadas. O documento "Normais Climatológicas do Brasil 1991-2020", do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão responsável pelo monitoramento climático do Brasil, foi obtido pelo Broadcast e será divulgado na quarta-feira, 23, pelo órgão ligado ao Ministério da Agricultura.

Normais são médias históricas meteorológicas apuradas em longos períodos e representam as características do clima em um local. O último levantamento compreende o intervalo entre 1º de janeiro de 1991 e 31 de dezembro de 2020, feito em 271 estações do Inmet no País. "A atualização e acompanhamento das normais climatológicas são extremamente importantes para o agronegócio, risco climático de seguros agrícolas, mercado financeiro, setor de geração de energia, entre outros", informa o Inmet.

Um dos maiores municípios do mundo, São Paulo (SP) registra também dados mais contundentes das alterações climáticas. Moradores enfrentaram temperaturas mínimas até 2,7 graus Celsius (°C) mais elevadas em alguns meses. Os eventos extremos de chuva excessiva na capital paulista quase duplicaram para temporais de 80 milímetros (mm) e são mais de três vezes maiores para os de 100 mm, cenário que se intensificou desde a década de 1990.


Segundo o Inmet, os resultados de elevação de temperatura podem estar associados à variabilidade natural, ao aquecimento global e à urbanização das cidades. "De todo modo, o fator antropogênico (ação humana) é a causa mais provável das mudanças climáticas", aponta o órgão. "Os extremos estão superando a resiliência de alguns ecossistemas e sistemas humanos, e desafiando as capacidades de adaptação de outros, incluindo impactos com consequências irreversíveis. Pessoas e sistemas humanos vulneráveis e espécies e ecossistemas sensíveis ao clima estão em maior risco", completa.

No documento, o Inmet compara os dados obtidos em medições entre os períodos de 1931-1960, 1961-1990, 1981-2010 e de 1991-2020 e, como exemplo, aponta a elevação de temperaturas em metrópoles, pequenos e médios municípios do Brasil. O estudo mostra ainda a alteração do padrão de períodos mais chuvosos e o crescimento de precipitações severas em períodos recentes.

Contato: gustavo.porto@estadao.com
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