Por André Marinho
São Paulo, 07/03/2022 - O secretário-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, voltou a expressar preocupação com a usina nuclear de Zaporizhia, a maior da Ucrânia e da Europa, alvo de ataque russo na última quinta-feira.
Em entrevista coletiva hoje, Grossi disse que a ofensiva destruiu um gerador de nêutrons no local. "Não estivemos lá, mas não houve liberação de radiação. Esse lugar tinha uma quantidade muito pequena de material", explicou.
Em comunicado divulgado ontem, Grossi informou que a administração da usina está sob controle de forças russas e se disse preocupado com a violação de um dos pilares da segurança nuclear, que estabelece que as equipes devem atuar livres de pressões.
O secretário-geral citou relatos de que algumas redes de telefonia na região foram desligadas para evitar que atores estrangeiros obtenham informações sobre a usina.
"A deterioração da situação das comunicações vitais entre o regulador e a central nuclear de Zaporizhia também é motivo de profunda preocupação, especialmente durante um conflito armado que pode comprometer as instalações nucleares do país a qualquer momento", pontuou.
Na coletiva de hoje, o secretário-geral também falou sobre as negociações pela retomada do Acordo Nuclear do Irã. Segundo ele, se um entendimento for firmado, o trabalho da AIEA será "enorme", uma vez que precisará verificar a vericidade das informações.
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