Economia & Mercados
05/12/2018 15:18

Amcham: executivos apontam desequilíbrio fiscal como principal obstáculo ao crescimento em 2019


São Paulo, 04/12/2018 - O desequilíbrio fiscal é visto como o principal obstáculo à recuperação econômica em 2019. Foi o que disseram 58 presidentes e diretores executivos de grandes empresas numa enquete realizada durante o comitê estratégico de CEOs & Chairpersons da Amcham nesta terça-feira em São Paulo e publicada em primeira mão pelo Broadcast.

Dos 58 executivos, 33, ou 57% deles, citaram o quadro fiscal preocupante e dependente de reformas estruturais como a principal incerteza econômica do próximo ano. 43% (25 dirigentes) mencionaram a governabilidade do presidente eleito Jair Bolsonaro e a sua capacidade de obter o apoio do Congresso Nacional como a segunda principal fonte de incerteza.

Para 66% dos entrevistados, uma retomada econômica é esperada já a partir de 2019, com melhoras nos indicadores de consumo e produção. Quase um terço dos entrevistados, (32%) mostrou ser mais conservador, acreditando na manutenção dos indicadores econômicos, com melhora do otimismo e evolução dos indicadores só em 2020.

Os executivos se dividiram, no entanto, em relação ao ritmo de crescimento econômico. Para 51%, o PIB crescerá acima de 2%, enquanto que 49% responderam que a recuperação será de até 2%. O otimismo em relação à economia, segundo 52%, é pontual e visto como um voto confiança ainda sem base concreta que garanta uma melhora da atividade. Outros 45% consideram que a retomada terá base concreta, em virtude da nova agenda econômica e ajustes prometidos pelo novo governo.

Em relação à agenda de reformas, 56% votaram na reforma da Previdência como prioridade, seguida da reforma tributária (22%) e ajuste das contas públicas (17%). Outros tópicos, como privatizações e abertura comercial receberam 2% de votos cada.

A questão fiscal volta a ser citada em outra questão. Para 53%, o ajuste é a principal preocupação dos altos executivos, seguida de desemprego (16%) e câmbio (16%). Além do ajuste fiscal, 80% dos presidentes elegem o aumento da competitividade da economia como condição essencial para o crescimento, exigindo firmeza na condução das reformas estruturais.

Para a recuperação econômica, também é importante fomentar investimentos em infraestrutura (15%), com mecanismos a serem oferecidos pelo novo governo para diminuir riscos implícitos de contratos. O incentivo ao consumo foi citado por 5%.

Empresas
Finalmente, nas empresas, o otimismo é alto. A metade dos executivos (50%) estima um crescimento entre 5% e 10% em suas corporações, enquanto que 32% acreditam em uma expansão superior a 10%. Outros 18% acham que suas empresas vão crescer até 5%.

A principal estratégia de crescimento será em produtividade, com investimentos em melhoria de processos, produção e equipe, de acordo com 40% dos entrevistados. A inovação do portfólio de produtos e serviços também será uma das ações para crescer, segundo 28%. Ações de expansão geográfica (9%), aquisições (9%) e internacionalização (7%) também foram citadas.(Francisco Carlos de Assis - francisco.assis@estadao.com)
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