Houve grande alívio quando se indicou que os americanos seguirão como parte principal de organismos como FMI e Banco Mundial
29 de abril de 2025
Por Aline Bronzati, correspondente
A palavra incerteza certamente foi a mais pronunciada nas reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, na semana passada. Essa continua sendo a palavra da moda, definiu bem o Citi, ao esmiuçar o que rolou nas quadras de Washington, aos seus clientes. Mas ao menos uma incerteza foi dissipada: os EUA disseram que ‘ficam’ nas instituições de Bretton Woods.
Calma que eu explico!
O FMI e o Banco Mundial foram criados pelo acordo de Bretton Woods, em 1944, justamente com a responsabilidade de promover a estabilidade financeira e a reconstrução econômica após a Segunda Guerra Mundial. Nos últimos anos, porém, a atuação dessas instituições, consideradas a nata do multilateralismo global, tem sido questionada e pressionada por todos os lados. As críticas ganharam uma dose adicional na gestão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
E alguns sinais preocupavam a comunidade internacional. O think tank conservador norte-americano Heritage Foundation recomendou aos EUA parar de financiar o FMI e o Banco Mundial no ‘Projeto 2025’. Em paralelo, os EUA saíram em retirada da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Acordo de Paris, o que ajudou a elevar os temores em torno das reuniões de Primavera do FMI e do Banco Mundial, o primeiro encontro de Trump II.
O fim para as instituições de Bretton Woods, no entanto, foi bem menos trágico. Por meio do secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, os EUA tiveram o seu ‘Dia do Fico’. Mas, ao anunciar que tudo ficaria como antes, ele cobrou uma correção de rota dos organismos ao falar em um evento do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), e reiterou as críticas também em posicionamento ao Comitê do FMI.
Ao menos nesse assunto, os agentes globais deixaram Washington mais aliviados. O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, avaliou como importante a sinalização de Bessent, ao falar no mesmo palco, horas depois. Já o diretor-gerente e economista-chefe do IIF, Marcello Estevão, disse que a saída dos EUA seria a assinatura de morte do FMI e do Banco Mundial.
…E também para os americanos, pois permitiria que outros países nadassem de braçadas. Já imaginou o FMI no Japão?
Veja também