Está claro para todos que a estratégia de Donald Trump é levar seus rivais ao limite?
28 de novembro de 2025
Por Thais Porsch
Após o caos do “Dia da Libertação” de Donald Trump, em 2 de abril, os mercados logo perceberam que a estratégia do republicano era claramente a de um negociador que puxa seus parceiros ao limite, para aos poucos ir cedendo. A tarifa almejada é 15%? Ele primeiro joga 35%, 40%, 50% e abre a mesa para os outros “jogadores” sentarem. Foi assim com o Japão, União Europeia, Suíça e, por último, o Brasil.
O fato do presidente americano sempre voltar atrás e não cumprir as ameaças mirabolantes cunhou um meme: TACO. E não, não é a tortilla mexicana. A sigla significa “Trump Always Chikens Out”, ou, em bom português, Trump sempre amarela.
O termo foi criado em maio desde ano por Robert Armstrong, colunista do jornal britânico Financial Times, e rapidamente se espalhou por Wall Street, ganhando força como piada entre investidores, analistas de mercado e, claro, usuários das redes sociais. O chamado “TACO trade” virou até estratégia entre traders que compraram ações em queda logo após anúncios de tarifas, prevendo que o governo recuará em breve – o que, até agora, vem acontecendo.
O Brasil, que tinha até semana passada a maior alíquota tarifária do mundo com os EUA, em retaliação ao tratamento do Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente Jair Bolsonaro, desfruta desde quinta-feira da retira da tarifa adicional de 40% imposta a determinados produtos, como carne e café, além de frutas (abacaxi, açaí, banana) e cortes de madeira.
As tarifas ainda estão lá – pelo menos 10% para todos os parceiros comerciais – mas parece que os líderes mundiais vem aprendendo a jogar o jogo: muito sangue frio, paciência e diálogo na mesa. No fim, a salada de postagens aterrorizantes do republicano na Truth Social (sua própria rede social com um toque de canal oficial da Casa Branca) vão virar TACO.
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