Releases
02/10/2018 12:58

Mulheres Negras: inovação, tecnologia e empreendedorismo se destacam em luta contra desigualdades


Rio de Janeiro--(DINO - 02 out, 2018) -
Como engajar mulheres negras no ecossistema da inovação e do empreendedorismo de alto impacto? 

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apesar de uma melhora nos índices entre 2000 e 2010 em relação à população afrobrasileira, o analfabetismo entre as negras ainda é o dobro se comparado com as brancas. Em relação à taxa de desemprego, em 2015 foi registrado que 17,4% das mulheres negras com ensino médio estava sem emprego, contra 11,6% da média feminina. As mulheres negras somam 27% da população brasileira, o maior grupo do país, se comparado com homens e mulheres negros e brancos. Mesmo sendo maioria, o preconceito, a discriminação, o racismo e o machismo são entraves no acesso dessas mulheres a melhores oportunidades.  "Como homem negro, vítima de toda violência exercida por uma supremacia branca, precisamos reconhecer que ao falarmos sobre salário e condições de trabalho as mulheres negras são um dos segmentos mais vulneráveis da nossa sociedade”, afirma Alan Soares fundador do MBM (Movimento Black Money).

O Movimento Black Money acaba de lançar o Afreektech, em sua edição especial Mulheres Negras no Centro, tem como principal objetivo levar o futuro para junto da comunidade negra, democratizando o ensino de tecnologias para empreendedoras, jovens e meninas negras. O projeto Afreektech, braço educacional do Movimento Black Money, foi um dos escolhidos pelo edital Negras Potências, devido ao seu potencial de transformação no centro gravitacional de um grande problema brasileiro: a desigualdade social. "E por que é primordial dar potência às mulheres negras para se combater a desigualdade? A resposta é simples: os impactos das diferenças econômicas e sociais são mais profundos quando relacionados a gênero e raça" como explica Selma Reis, diretora-executiva do Baobá.

Um exemplo desta fragilidade pode ser constatada através do estudo “Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça”, divulgado em 2017 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Um dos tópicos que mais chama a atenção diz respeito às diferenças salariais entre mulheres negras e homens brancos: as primeiras integram o grupo com menor salário, entre os anos de 1995 e 2005. Traduzindo em números, o salário mensal de uma mulher negra no Brasil é 60% menor que o de um homem branco. "Devido a essa desigualdade nossa preferência é por empreendedoras que necessitem digitalizar seus negócios e meninas que tenham terminado o segundo grau. O intuito é ampliar a sensibilidade e acessibilidade digital deste grupo para que possam replicar em suas conexões e comunidade", diz Nina Silva, fundadora do MBM e líder de projetos em tecnologia da ThoughtWorks.

Durante a seleção do projeto para o edital, alguns critérios importantes foram avaliados. Entre eles, a capacidade dos projetos de realizar um financiamento coletivo, o tamanho de suas redes (parceiros, militantes) e a facilidade com meios online. "Foram priorizados projetos que tivessem continuidade e impacto para além do prazo estipulado pelo edital, que fossem mais perenes”, exemplifica a diretora do Baobá. 

Por isso o curso só será possível com a colaboração de uma rede de apoio para a campanha. O financiamento é feito com o apoio da multiplicação feita pelos realizadores do edital: a cada R$1, o Movimento Coletivo coloca R$ 2, dentro do conceito de Matchfunding. É muito importante a  participação de cada pessoa que queira contribuir no projeto, pois caso a meta não seja atendida, a colaboração de cada pessoa será devolvida e o projeto perderá o apoio.

Segundo o IBGE, por exemplo, mulheres brancas tem 2,3 vezes mais diplomas de ensino superior no Brasil do que mulheres negras, sendo que somente 10,4% destas conclui o ensino superior. Já o IPEA, apresenta o reflexo deste quadro, em que o trabalhos de baixa qualificação formal é acessado principalmente por mulheres negras. Através do estudo "Dossiê Mulheres Negras: retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil", o instituto revelou que 57,6% das empregadas domésticas no país são negras. O estudo também revela que as mulheres negras têm menor representação nos empregos com maior seguridade social, como empregos de carteira assinada. 

Nesta edição do projeto, caso a campanha tenha êxito, será oferecido o curso online de Modelagem de Negócios, além dos cursos presenciais de Marketing Digital e Programação Básica. Voltado para iniciantes, o Afreektech tem como recorte de público mulheres e meninas negras que em condições normais não teriam como custear este programa.  O Movimento Black Money é um fomentador para o desenvolvimento do ecossistema do empreendedorismo negro. Tendo como principal função estimular o desenvolvimento do Mindset inovador de empreendedores e jovens negros para a criação de diferenciais competitivos no mercado. Com foco em comunicação, educação e mídias, o MBM produz conteúdos nas áreas de inovação, tecnologia e finanças; além de ofertar cursos de curta duração nas áreas de marketing, gestão e tecnologia.

Link para contribuição e maiores detalhes do projeto: www.benfeitoria.com.br/afreektech



Website: http://ww.benfeitoria.com.br/afreektech

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados para o Grupo Estado.

As notícias e cotações deste site possuem delay de 15 minutos.
Termos de uso