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15/07/2022 08:21

População com hipertensão aumenta, apontam estudos


Rio de Janeiro - RJ--(DINO - 15 jul, 2022) -
A população mundial de adultos hipertensos vem crescendo nos últimos 30 anos passando de 650 milhões para 1,28 bilhões como aponta o estudo do ano passado liderado pelo Imperial College London e Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a análise, quase metade dessas pessoas não sabia que tinha pressão alta.


Dados que corroboram com esta crescente são os levantados pela área de Data e Analytics da Dasa, que mostraram que os casos de hipertensão arterial atendidos pelos hospitais da rede no Rio de Janeiro - Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) e São Lucas Copacabana - cresceram 14% nos quatro primeiros meses de 2022 quando comparados com o mesmo período do ano passado. O aumento também foi registrado na comparação entre 2021 e 2020, com 35% a mais de atendimentos para casos de pressão alta nessas unidades hospitalares.


Especialistas alertam para os riscos desse aumento. 'A hipertensão é uma doença crônica e silenciosa responsável por provocar 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal no país', afirma Flávia Verocai, médica responsável pela Unidade de Cardiologia do Hospital São Lucas Copacabana.


Nesse contexto, a análise aponta, ainda, o crescimento no volume de atendimentos relacionados à outras doenças cardiovasculares potencializadas pela pressão alta, como o infarto agudo do miocárdio (IAM), que teve aumento de 23,33%, enquanto o atendimento de casos de acidente vascular cerebral (AVC) subiu 14,5% na comparação entre 2021 e 2020.


Para Ana Luiza Sales, cardiologista e coordenadora do Programa de Insuficiência Cardíaca e Transplante Cardíaco do CHN, o aumento dos casos de hipertensão pode ser reflexo do gap de cuidados causado pela pandemia e pelo isolamento necessário. 'A população se afastou das consultas e dos exames periódicos e limitou suas atividades, o que afeta a saúde do coração, principalmente de idosos', comenta a médica.


Pressão sob controle


Flávia Verocai explica que, ao circular pelo corpo, o sangue exerce uma força contra as paredes arteriais, considerada normal para seu funcionamento. Contudo, quando os níveis passam de 140/90 mmHg, ou 14 x 9, por períodos prolongados, pode-se confirmar o diagnóstico de hipertensão arterial.


A doença não costuma causar sintomas, mas alguns sinais podem indicar a necessidade de investigar a pressão alta, como aponta a médica: dor de cabeça e na região da nuca; cansaço; tontura; zumbido nos ouvidos; visão embaçada e até náuseas. 'Se, naquele momento, a pessoa tiver um pico hipertensivo, pode-se notar alguns desses sinais, que estão entre as principais queixas de pacientes que estão no pronto-socorro cardiológico', analisa Verocai.


Nesses casos, a identificação precoce e o atendimento ágil são importantes, uma vez que a pressão descontrolada é um fator de risco para o desenvolvimento de outros problemas de saúde, como pontua Ana Luiza Sales: 'Quando não devidamente tratada, a hipertensão pode sobrecarregar o músculo cardíaco e evoluir para a disfunção deste, causando um quadro mais grave, a insuficiência cardíaca, condição clínica em que o coração não consegue bombear de maneira adequada o sangue oxigenado pelo corpo', explica Sales.


As cardiologistas são unânimes: consultas regulares e check-up são extremamente importantes para monitorar a saúde e diminuir o risco de acidente vascular cerebral e infarto, entre outras condições. Elas recomendam que pessoas acima dos 40 anos ou com histórico familiar da doença busquem um especialista para acompanhamento anual.



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