Rio de Janeiro--(
DINO - 26 set, 2017) - A crise econômica tem levado muitos brasileiros a buscar qualidade de vida na União Europeia. Os dados mais recentes divulgados pelo Gabinete de Estatísticas da União Europeia (Eurostat) apontam que, em 2015, 841.200 pessoas obtiveram a cidadania de um dos 28 países da União Europeia. Entre os principais motivos destaca-se a segurança pública e o atendimento oferecido nos quesitos saúde e educação.
Um dos países que têm merecido muita atenção é a Polônia, cujo crescimento foi impressionante: 60% de 2009 a 2015. O consultor Eduardo Joelson, representante de um escritório sediado em Varsóvia, explica: "Na União Europeia há uma diversidade impressionante de culturas: são 28 países e uma herança de milhares de anos de história. E, internamente, há total liberdade de ir e vir, seja para visitar ou para morar". No caso do desejo de abrir uma empresa, ele lembra que existem benefícios fiscais e isenção de impostos, além de 510 milhões de potenciais clientes.
A estudante de direito Danielle Cusnir cresceu ouvindo sotaque polonês em casa. Sua bisavó paterna nasceu na Polônia e se mudou para o Rio de Janeiro durante a Segunda Guerra Mundial. Mas o que já foi motivo de pesar hoje é uma felicidade: ela acaba de conseguir a cidadania polonesa. "Diante da crise, passei a considerar a possibilidade de morar fora do país e vi que as oportunidades de estudo eram muito melhores para cidadãos europeus. O mestrado, por exemplo, custa três vezes menos", conta ela, que planeja se mudar para a Europa, onde continuará os estudos assim que se formar, no ano que vem.
Danielle é apenas um exemplo do fenômeno que vem ocorrendo nos últimos tempos. Realmente, a obtenção da cidadania polonesa é muito simples: não é preciso ir à Polônia, nem conhecer o idioma e muito menos ter algum vínculo direto com o país; tudo pode ser feito remotamente. Depois de poucos meses, quando a cidadania polonesa for confirmada, só será necessário comparecer ao consulado polonês para dar entrada no passaporte. Também não há limite de gerações e é possível, inclusive, "pular" quantas quiser. Por exemplo, se o avô paterno do interessado era polonês, o pai brasileiro não necessariamente precisa dar entrada em sua cidadania polonesa.
Caso não se tenha os documentos necessários, é possível fazer buscas, na Polônia e em países vizinhos que já pertenceram à Polônia, no local onde os ancestrais viveram. Mesmo com a guerra, boa parte do acervo documental foi preservada, de forma que existem boas chances de se encontrar documentos em cartórios, em Arquivos Nacionais e em outras entidades. "Eu, minha mãe e meu filho realizamos todo o processo. Os trâmites foram muito rápidos e bem-sucedidos. Levaram aproximadamente seis meses entre os primeiros contatos e recebimento dos dossiês. E já estamos com os passaportes em mãos", festeja Simon Salama.
Com a Cidadania Polonesa, é possível morar na União Europeia e usufruir de todos os benefícios. "Todo o processo até o recebimento do passaporte levou menos de sete meses!", comemora Eduardo Segal, que conseguiu recentemente. Já Marcelo Gruber, que também obteve este direito, ressalta: "Recebi a confirmação em nove meses, pois tive dificuldade para achar documentos de meu avô, que não estavam na Polônia e sim na Ucrânia. Mesmo assim, obtive êxito. Recomendo!".
Com o passaporte polonês, é possível inclusive morar nos Estados Unidos, como investidor. O valor do investimento é muito menor, se comparado com quem possui apenas o passaporte brasileiro. "Para se ter uma ideia, com o passaporte brasileiro, é necessário investir pelo menos US$ 500 mil nos EUA, enquanto que, com o passaporte polonês, o valor poderá cair para cerca de US$ 80 mil", informa Eduardo Joelson.
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