São Paulo--(
DINO - 28 set, 2017) - Estando um novo empresário mais acostumado a participar de entrevistas do que realizá-las, a tendência é querer realizar (no começo e durante a abertura do negócio) as entrevistas no mesmo formato ou de forma parecida com o que estava acostumado, o que com o tempo se mostrará não ser uma estratégia tão boa, ou não ser a "melhor" estratégia, pois pode ser diferente a forma de se contratar em grandes empresas e em pequenos negócios, a começar pela seleção.
Sempre ouvimos dizer que um entrevistador olha um currículo durante 3, 4 ou 5 segundos e já vai para um próximo currículo. Muitas vezes achamos um tanto estranho esse comportamento, afinal, temos um bom currículo não é mesmo? Um entrevistador vai sim ler o nosso currículo porque na nossa visão, tudo o que escrevemos lá é interessante. E se é interessante, o entrevistador vai querer ver e ler tudo, não é mesmo? Resposta: claro que não!
Quando nos tornamos empreendedores descobrimos que ler um currículo em 3 ou 4 segundos é a mais pura verdade, afinal de contas só temos este tempo para selecionar um currículo e quando percebemos que o currículo foi "panfletado" a chance de irmos além é praticamente nula.
Mas aí surge a questão: o que diferencia um currículo ou um candidato?
Difícil dizer, não creio que há uma resposta exata, mas sem dúvida alguns cuidados tomados pelos candidatos favorecem bastante e vou destacar alguns:
- Objetividade (não é necessário muito texto pois não vamos ler tudo)
- Apresentação (fonte da letra adequada, linguagem clara, estrutura de apresentação)
- Sentir que aquele currículo foi feito para você, para sua empresa, para a vaga divulgada e etc.
Cito tais fatores que podem diferenciar um candidato para que você empreendedor (ou futuro empreendedor) saiba o que (provavelmente) lhe influenciará numa decisão. Ao mesmo tempo, cito para auxiliar futuros candidatos às vagas divulgadas por empreendedores e pequenas empresas.
É grande o número de candidatos (e até acho que um dia fui assim também), que se preocupam em excesso em falar sobre suas realizações, sua flexibilidade e principalmente o quanto eles podem ajudar a empresa. Infelizmente muito disso pode ser "folclore", ou seja, não ser verdade, seja porque o histórico do candidato não é algo assim tão expressivo, seja porque o que foi dito não é tão verdade assim ou seja porque ele nem conhece ao certo sua empresa.
Como empreendedores e dono do negócio vamos conviver com isso e tentar, no meio disso tudo, escolher alguém que de fato possa nos ajudar em nossos desafios e, principalmente, nos ajudar nos desafios que ainda nem sabemos que temos (ou teremos). Será sempre uma tarefa desafiadora.
Da mesma forma, posso lhe sugerir ser o máximo objetivo que conseguir ao realizar a entrevista, e procure algo que lhe chame a atenção no candidato. Lembre-se que não é uma consulta médica no estilo antigo dos médicos, mas sim uma mera entrevista. Dê importância a ouvir e tome cuidado para não fazer da entrevista uma palestra sobre sua empresa pois por incrível que pareça, já vi muito esse comportamento.
Os melhores sempre vão se destacar. Agora, se você está oferecendo um salário baixo ou está recrutando para uma função não tão qualificada, você tem mais um motivo para ser objetivo em seu processo de seleção.
Boa sorte!
Luis Fernando Freitas
Empresário, Consultor e Business Executive Coach
Website:
http://www.thinkahead.com.br
