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16/11/2018 11:28

Black Friday: Compras, dinheiro e Felicidade


São Paulo, SP--(DINO - 16 nov, 2018) - As tentadoras ofertas da Black Friday já estão espalhadas por muitos websites de compras. Evento que há muito deixou de ser apenas um dia de descontos para se tornar uma semana ou até um mês inteiro de promessas de ofertas tentadoras em todas as áreas de comércio e serviços, com o objetivo de atrair compradores ávidos por consumir.

A Black Friday, surgiu nos Estados Unidos e acontece sempre no dia seguinte ao que se comemora o dia de ação de graças no país. A data inaugura a temporada de compras para o natal, promete descontos atrativos para aqueles que se dispõem a antecipar as compras de final de ano e leva milhares de pessoas a passarem a noite anterior a abertura das lojas em filas ou navegando na internet para aproveitarem as promoções.

No Brasil, a cada ano, cresce o número de consumidores que esperam ansiosamente pela virada no relógio para começar a caça a descontos. Em 2017, no nosso país a Black Friday movimentou R$ 2,1 bilhões no e-commerce (vendas de produtos online) onde 16% foram gastos em eletrodomésticos, 12% em moda e acessórios, 12% em telefonia, 10% em saúde, perfumaria e cosméticos e 9% em casa e decoração. Um fato curioso é que com a popularização do que acabou se tornando um evento no país todo, programas de conferência foram criados para garantir a qualidade dos produtos como o Selo Black Friday Legal.

Comprar aumenta nossa felicidade?

Para Gaya Machado, Doutoranda em Psicologia, especialista em desenvolvimento humano, não há problema algum em aproveitar a época de descontos para adquirir algo que de outra forma não caberia no orçamento e que precisamos, mas o que temos visto, cada vez mais, são pessoas ávidas para consumir e aproveitar não importa o que. Ela explica: "a maioria das pessoas já fez compras por impulso na vida, e algumas buscam no consumo um momento de felicidade. Quando sentimos o prazer em consumir, nosso cérebro está liberando dopamina, uma substância química que influencia o sistema nervoso. A Psicologia Positiva, conhecida como ciência da felicidade e do bem-estar subjetivo, comprovou que realmente, quando compramos algo, experimentamos um pico de felicidade. Mas ao contrário do que podemos imaginar, esta felicidade dura menos tempo do que gostaríamos. Nos acostumamos com os novos bem materiais e, pouco tempo depois já não estamos tão felizes com eles como achávamos que estaríamos e queremos mais. Isso acontece por causa de um fenômeno chamado adaptação hedonista.

A especialista explica que relação do dinheiro com a felicidade vem sendo pesquisada em todo o mundo e hoje já se sabe esta ligação é causal, ou seja, quando não temos nossas necessidades básicas atendidas, realmente cada centavo a mais nos faz mais feliz, porque melhora nossas condições de vida. Mas o que a maioria não entende é que depois de um certo valor, esta relação não é tão forte como acreditamos. "Costumamos achar que ter mais dinheiro para comprar tudo o que gostaríamos nos fará mais feliz, mas a ciência comprova que depois de um certo valor, já não há tanta diferença assim. Uma pesquisa mostrou que entre pessoas que ganhavam cinco mil dólares por ano e 50 mil dólares por ano, existia muita diferença no índice de felicidade, mas entre as que ganhavam 50 mil dólares por ano e as que ganhavam 50 milhões, a diferença no índice de felicidade não era tão grande. Entre você poder fazer uma viagem para uma ilha bonita e ser dono da ilha, poder fazer uma viagem de avião ou ser dono dele, não tem tanto efeito no nosso índice pessoal de felicidade", diz.

Invista em experiências

Para quem quer aproveitar a Black Friday e investir em algo que traga mais felicidade e que esta sensação dure mais tempo, a especialista dá uma dica comprovada pela ciência: "Invista em experiências tais como uma viagem, um jantar, um curso ou um passeio. Além de proporcionarem ótimos momentos, este tipo de experiência pode voltar a nos fazer felizes toda vez que nos lembramos dela. A neurociência comprova que toda vez que nos recordamos de algo bom, voltamos a ficar felizes e isso faz com que este tipo de investimento continue nos trazendo felicidade de forma ilimitada. E se for comprar algum produto, procure atrelar a ele alguma experiência. Por exemplo, compro uma televisão nova para assistir a série preferida junto com a família ou, um celular novo para fazer fotos de mais qualidade dos momentos especiais. Desta forma, o produto ganhará um valor extra para você e continuará trazendo felicidade por muito tempo depois que a embalagem for jogada fora", conclui Gaya Machado.

Gaya Machado:

Doutoranda em Psicologia pela Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales - UCES, Argentina; MBA Executivo em Desenvolvimento do Potencial Humano; Coach e Psicoterapeuta Sistêmica. Palestrante em eventos nacionais e internacionais, em locais como: FIESP, Fecomercio, SEBRAE, Unibes Cultural. Professora universitária e de Pós-Graduação e coautora de cinco livros, tem mais de 50 mil seguidores nas redes sociais.

Website: http://www.gayamachado.com.br/

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