Por Victor Ohana
Brasília, 26/04/2024 - O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), encaminhou ao Departamento de Polícia Legislativa Federal um ofício no qual solicita a “adoção das providências cabíveis” em relação às declarações do youtuber Felipe Neto em um simpósio na terça-feira, 23.
No evento citado, Neto chamou Lira de “excrementíssimo”. No documento à Polícia, o parlamentar disse considerar uma “ocorrência de crimes contra a honra”.
“Chegou ao conhecimento desta Presidência que o Sr. Felipe Neto, nesta data, pela manhã, no Auditório Freitas Nobre, durante o Simpósio ‘Regulação de plataformas digitais - A urgência de uma agenda essencial à democracia’, proferiu expressões injuriosas contra a minha pessoa”, escreveu o presidente da Câmara.
Lira continuou: “Nesse contexto, considerando que os fatos acima relatados podem configurar a prática de crimes contra a honra, ocorridos nas Dependências da Câmara dos Deputados, determino a adoção das providências cabíveis, no que tange à competência dessa Polícia Legislativa”.
O documento foi enviado ao diretor do Departamento de Polícia Legislativa, Paul Pierre Deeter. Questionado se alguma providência foi tomada, o setor afirmou que o procedimento é sigiloso. A assessoria da Câmara também não deu informações.
Mais cedo, na rede social X, Lira disse que Neto usou um seminário da Câmara "para escrachar e ganhar mídia e likes” e cobrou “civilidade, respeito e educação”.
“Isso não é liberdade de expressão. É ser mal-educado”, postou o deputado.
Procurada, a assessoria de Neto declarou que não foi notificada. Em nota, o youtuber disse ser alvo de “sistemáticas tentativas de silenciamento” por se posicionar “contra a extrema-direita”.
“Dessa vez, confesso que me surpreendi, não apenas porque a minha intenção era evidentemente brincar com as palavras para fazer uma crítica irônica à atuação do Sr. Arthur Lira ao engavetar o Projeto de Lei 2630, como ainda porque o Deputado já defendeu várias vezes que seus colegas pudessem falar o que quisessem dentro do Congresso. Se não me intimidei quando a família Bolsonaro tentou me calar, não será agora que me intimidarei. Seguirei enfrentando essa e qualquer outra tentativa de silenciamento, venha de quem vier”, afirmou.
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