Política
21/06/2017 06:47

Rejeição do Senado à lei trabalhista de Temer é golpe para presidente, avalia Financial Times


Londres, 21/06/2017 - O jornal britânico Financial Times destaca a rejeição da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado ontem à proposta do governo para a reforma da lei trabalhista. "O presidente do Brasil, Michel Temer, recebeu um golpe depois que um comitê do Senado rejeitou a lei trabalhista patrocinada pelo governo, provocando receios de que seu ambicioso programa de reforma - projetado para ajudar a resgatar o Brasil da pior recessão de sua história - pudesse ser paralisado, enquanto ele luta contra denúncias de corrupção", traz o periódico.

O veículo relata que a CAS reprovou o projeto de lei que flexibiliza o "rígido código trabalhista do Brasil" por 10 votos a nove. Diz também que, embora a decisão não mate a proposta, ela abala a confiança de que essa reforma passaria de forma mais fácil do que a "revisão impopular do generoso sistema previdenciário do País". O resultado também enfatiza, conforme a publicação, a batalha de Temer para manter sua coalizão legislativa unida.

O FT lembra que o projeto de lei passou pela Câmara dos Deputados em abril com defensores da proposta dizendo que ela ajudaria a criar empregos e críticos argumentando que ele enfraquece os direitos dos trabalhadores. O próximo passo para o projeto de lei é a Comissão Constitucional de Justiça (CCJ), antes de ser encaminhada ao plenário do Senado para uma votação geral. O jornal salienta que, na Rússia, Temer destacou que o importante será essa última votação. Segundo ele, o governo vencerá.

Para o periódico, no entanto, as próximas semanas prometem ser duras para o presidente. Depois da divulgação de um áudio no mês passado em que supostamente Temer discutia sobre subornos com o ex-presidente da JBS, o Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu ontem à noite um relatório sugerindo que ele pode ter recebido subornos. O presidente nega irregularidades. O Financial Times explica que, no Brasil, um presidente só pode ser julgado pela Suprema Corte com a aprovação de pelo menos dois terços do Congresso.

É crucial, portanto, de acordo com o jornal, que o presidente mantenha sua coalizão. A publicação continua dizendo que uma possível ruptura poderia vir do principal parceiro da coalizão do PMDB de Temer no Congresso, o PSDB. Alguns de seus membros estão desconfortáveis com as denúncias contra Temer. (Célia Froufe, correspondente - celia.froufe@estadao.com)
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