Política
14/08/2017 07:45

Big Ben ficará em silêncio por quatro anos para serviços de reparação


Londres, 14/08/2017 - A partir da próxima segunda-feira (21), o Big Ben ficará em silêncio para trabalhos de conservação que se estenderão até 2021. Localizado no edifício mais fotografado do Reino Unido, o Palácio de Westminster, que abriga o Parlamento, um dos maiores símbolos do país e que também representa a pontualidade britânica, deixará de dar suas badaladas por causa de uma grande obra na Elizabeth Tower (Torre Elizabeth).

Apesar de ser conhecido praticamente no mundo inteiro, muitos pensam que o Big Ben é o relógio - que também fica na torre, mas o simpático apelido pertence, na realidade, ao "grande sino", que pesa 13,7 toneladas. O cronograma dos trabalhos prevê que as últimas badaladas antes do início dos trabalhos de recuperação serão dadas ao meio-dia da segunda-feira da próxima semana. "O público será bem-vindo para marcar este importante momento e poderá se reunir na Praça do Parlamento para ouvir as últimas badaladas do Big Ben até que elas retornem em 2021", convidou o guardião do "Grande Relógio", Steve Jaggs.

O Big Ben marcou a hora com um serviço quase ininterrupto em seus 157 quase anos, de acordo com uma nota do governo britânico enviada à imprensa hoje. As últimas vezes em que o sino também ficou mudo para manutenção foram em 2007 e no período de 1983 a 2005, para um programa de remodelação em grande escala.

Agora, a Elizabeth Tower passa por um programa de renovação "para as futuras gerações". "O Big Ben em silêncio é um marco significativo neste projeto de conservação crucial. Como guardião do Grande Relógio, tenho a grande honra de garantir que esta bela peça de engenharia vitoriana esteja em boas condições diariamente. Este programa essencial de obras salvaguardará o relógio a longo prazo, além de proteger e preservar a sua casa - a Elizabeth Tower", disse Jaggs.

O Big Ben pode ser escutado de hora em hora e atinge até a nota E - ou mi. Ele é acompanhado por outros quatro sinos que são responsáveis pela marcação sonora a cada 15 minutos. Já o Grande Relógio é operado por um mecanismo vitoriano personalizado, que se baseia na gravidade para desencadear as badaladas. Para parar o efeito sonoro, os martelos serão bloqueados e o sino desligado do mecanismo do relógio, permitindo que o Grande Relógio continue mostrando o tempo, só que silenciosamente.

A Elizabeth Tower, que é o principal foco dos cliques dos turistas, fica a 96 metros de altura e faz parte do Patrimônio Mundial da Unesco. De acordo com o governo britânico, farão parte da conservação reparos na torre e no Grande Relógio; em elementos significativos da torre, conforme projetado pelos arquitetos Charles Barry e Augustus Welby Pugin; reparos e redecoração do interior, renovação da construção e melhora da segurança e de sistemas de proteção contra incêndio, além de melhora da eficiência energética para reduzir seu impacto ambiental.

O projeto começou no início deste ano e, conforme o governo, o Grande Relógio também será desmontado peça por peça com cada roda dentada examinada e restaurada. Os quatro mostradores serão limpos, o vidro reparado, a estrutura de ferro fundido será renovada e os ponteiros, removidos e remodelados. Todas as faces do relógio serão, por algum tempo não definido, cobertos, mas para garantir a referência de horário na capital britânica, o projeto prevê que um relógio de trabalho ficará visível em todos os momentos ao longo dos trabalhos.

A primeira parte a ser restaurada será a Ayrton Light, uma luz que fica no topo da torre e que indica quando o Parlamento está reunido em sessão deliberativa. A luz foi colocada a pedido da rainha Victoria. Apesar de ser um dos principais pontos turísticos, a região não deve se esvaziar por conta das obras. Além da curiosidade com os trabalhos de renovação, nas redondezas também estão outros pontos interessantes para os visitantes de Londres, como o próprio interior do Palácio de Westminster e a Abadia de Westminster, onde ocorreram as últimas coroações.

O local também abriga a Praça do Parlamento, que conta com estátuas de personalidades, como David Lloyd George, Winston Churchill e Nelson Mandela, e o parque que liga a área à residência oficial da família real, o Palácio de Buckingham (St. Jame's Park). Além disso, lá perto estão Churchill War Rooms (salas a partir das quais parte da segunda guerra mundial foi comandada), a residência oficial do primeiro-ministro do Reino Unido, a Downing Street, e a London Eye, a roda-gigante, que também se tornou um símbolo mais recente da capital britânica. (Célia Froufe, correspondente - celia.froufe@estadao.com)
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