Política
21/06/2018 08:03

Sobrepreço no trecho norte do Rodoanel alcançou R$ 131 mi, diz PF


São Paulo, 21/06/2018 - Alvo da Operação Pedra no Caminho, deflagrada nesta quinta-feira, 21, o trecho norte do Rodoanel teve um sobrepreço de R$ 131 milhões, segundo a Polícia Federal. Um dos alvos da ação é o ex-diretor da Dersa Laurence Casagrande Lourenço.

São cumpridos 15 mandados de prisão temporária e 51 mandados de busca e apreensão, todos expedidos, a pedido da PF, pela 5ª Vara Criminal Federal de São Paulo, nas cidades de São Paulo, Carapicuíba, Arujá, Bofete, Ribeirão Preto e São Pedro, no estado de São Paulo, e também em Marataízes e Itapemirim, no Espírito Santo.

Em nota, a Federal informou que o inquérito policial foi instaurado em 2016, após um ex-funcionário de uma empresa que atuou nas obras apresentar informações sobre possíveis manipulações em termos aditivos da obra do Rodoanel. O objetivo seria aumentar o valor pago a empreiteiras, que já haviam vencido a licitação para realizar as obras.

As investigações apontam que aditivos contratuais, relacionados principalmente à fase de terraplanagem da obra, incluíam novos serviços para efetuar a remoção de matacões (rochas) misturados ao solo. O inquérito indica que era previsível a existência de matacões no solo e, portanto, o projeto inicial já contemplaria o custo de sua remoção.

Segundo a PF, no total, o acréscimo desses serviços teria ocasionado um sobrepreço de mais de R$ 131 milhões. Perícia da Federal e relatórios do Tribunal de Contas da União e da Controladoria Geral da União, em um dos cinco lotes onde houve aditivos relacionados a remoção dos matacões, apontam sobrepreço de R$ 33 milhões.

Os investigados responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de fraude à licitação, estelionato contra o Poder Público, falsidade ideológica e associação criminosa. Os presos permanecerão na sede da PF em São Paulo, à disposição da Justiça Federal.

Em 2016, após a abertura do inquérito, a Dersa negou ‘qualquer favorecimento às construtoras’. “A gente solicitou uma série de avaliações ao IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) nesse sentido. Identificada alguma discrepância, ela vai ser corrigida”, afirmou o então presidente da empresa, Laurence Casagrande, na ocasião.

A reportagem está tentando contato com todos os citados. (Julia Affonso)
Para ver esta notícia sem o delay assine o Broadcast Político e veja todos os conteúdos em tempo real.

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados para o Grupo Estado.

As notícias e cotações deste site possuem delay de 15 minutos.
Termos de uso