Por Nicholas Shores e Ricardo Galhardo
São Paulo, 10/12/2019 - Em breve discurso para uma plateia de apoiadores no Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a atacar a força-tarefa da Lava Jato, que, a partir do que procuradores chamaram de um "aprofundamento" da ação do sítio de Atibaia, deflagrou nesta terça-feira a 69ª fase da operação, tendo como um dos alvos Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do petista.
"Como a Lava Jato estava caindo, eles fizeram mais uma denúncia de um inquérito que tinha sido arquivado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público em 2010", declarou Lula no ato de lançamento da segunda edição do seu livro "A verdade vencerá - O povo sabe por que me condenam". "A entrevista que eles (a força-tarefa da Lava Jato) deram era coisa que cheirava a canalhice."
Chamada de "Mapa da Mina", a nova fase da operação - trata-se da 12ª em 2019 - apura possíveis crimes de corrupção ativa e passiva, pertinência a organização criminosa e lavagem de dinheiro em repasses feitos por empresas de telecomunicações, em especial o grupo chamado pela força-tarefa de "Oi/Telemar" para outro grupo, nomeado pela Lava Jato de "Gamecorp/Gol" e cuja "estruturação" é atribuída a Lulinha e aos empresários Fernando Bittar, Kalil Bittar e Jonas Suassuna.
Segundo o procurador da República Roberson Pozzobon, há evidências que apontam que as propriedades dos sítios Santa Denise e Santa Bárbara - que formam o chamado sítio de Atibaia - podem ter sido adquiridas com recursos oriundos de crime.