São Paulo, 16/05/2018 - O ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes, veio ao Twitter nesta quarta-feira criticar a atitude de ex-líderes europeus de assinar um documento em favor da libertação do ex-presidente Lula e de sua participação nas eleições deste ano.
"Recebi, com incredulidade, as declarações de ex-chefes de governos europeus que arrogam-se o direito de dar lições sobre o funcionamento do sistema judiciário brasileiro", escreveu o tucano em seu perfil na rede social. "Qualquer cidadão brasileiro que tenha sido condenado em órgão colegiado fica inabilitado a disputar eleições. Ao sugerir que seja feita exceção ao ex-presidente Lula, esses senhores pregam a violação do estado de direito. Fariam isto em seus próprios países?"
"Mais do que escamotear a verdade, cometem um gesto preconceituoso, arrogante e anacrônico contra a sociedade brasileira e seu compromisso com a lei e as instituições democráticas", continuou.
Aloysio reagiu ao texto assinado pelo ex-presidente François Hollande (França), pelos ex-primeiros ministros José Luis Rodriguez Zapatero (Espanha) e Elio Di Rupo (Bélgica), além de três ex-presidentes do conselho de ministros da Itália: Enrico Letta, Massimo D'Alema e Romano Prodi.
"A prisão apressada do presidente Lula, incansável arquiteto da redução das desigualdades no Brasil, defensor dos pobres de seu país, só pode despertar nossa emoção. (...) Nós solenemente solicitamos que o presidente Lula possa se submeter livremente ao sufrágio do povo brasileiro", diz o documento assinado pelas seis lideranças europeias, que foi publicado no site do ex-presidente. (Marcelo Osakabe - marcelo.osakabe@estadao.com)
