Política
08/11/2018 11:20

Abrir caixa-preta do BNDES é um dos focos de Moro no governo Bolsonaro


São Paulo, 08/11/2018 - Ao confirmar em sua conta no Twitter, na manhã desta quinta-feira, 08, que está determinado a abrir a caixa-preta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já nos primeiros dias de sua gestão, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) sinaliza um dos focos do juiz Sérgio Moro no superministério da Justiça: mostrar o que foi feito com o dinheiro público nos contratos realizados por essa instituição, sobretudo os firmados nos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff.

Como mostrou a coluna de Elizabeth Lopes, hoje no Broadcast Político e Broadcast, o banco de fomento, ao lado da Petrobras, já foi alvo de algumas operações da Polícia Federal. E para fontes ligadas a essas investigações, os desvios de recursos públicos do banco podem superar as cifras bilionárias encontradas na estatal petrolífera, no âmbito da Lava Jato.

O BNDES, para uma fonte que acompanha esse imbróglio, sempre foi apontado como uma caixa de pandora que esteve a serviço dos interesses dos governos do Partido dos Trabalhadores. Nesse período de gestão do PT, ocorreram empréstimos milionários para as empresas de Eike Batista, para o grupo J&F dos irmãos Wesley e Joesley Batista, para a empresa Delta, para a construção do Porto de Mariel, em Cuba e para as arenas futebolísticas que sediaram a Copa do Mundo no Brasil, como a Arena Corinthians, dentre outras.

Para abrir o sigilo dessas operações, entretanto, Bolsonaro terá de driblar o sigilo imposto por Dilma Rousseff nos contratos da instituição, sob alegação de "preservação da privacidade dos atos referentes à gestão bancária". Com isso, apenas parte dos beneficiários dos vultosos recursos destinados se tornaram públicos.

Projeto de lei para derrubar o sigilo bancário das operações de financiamento do BNDES chegou a tramitar no Senado Federal no ano passado, através do requerimento de urgência do projeto de lei de autoria de Lasier Martins (PSD-RS). A urgência foi derrubada por 33 votos contrários, de senadores capitaneados principalmente pelo PT e MDB. Antes dessa derrubada, o projeto ficou parado por conta de um pedido de vista do senador petista Lindbergh Farias.(Elizabeth Lopes - elizabeth.lopes@estadao.com)
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