Política
06/08/2018 19:31

Viúva diz que foi à OEA por considerar morte de Marielle crime político


Rio, 06/08/2018 - A arquiteta Mônica Benício, de 32 anos, viúva da vereadora Marielle Franco, assassinada na região central do Rio em março, disse nesta segunda-feira, 6, que pediu proteção diretamente à Organização dos Estados Americanos (OEA) por considerar que a morte da vereadora foi um crime político e, por isso, "estaria pedindo ajuda e proteção a um Estado que matou a Marielle" caso fosse às autoridades do País.

Mônica prestou depoimento por cerca de duas horas e meia na Delegacia de Homicídios da Capital, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. A arquiteta tem sofrido ameaças e relatou ter sido perseguida em maio por um carro na contramão, quando ela transitava a pé. Foi a partir disso que ela pediu proteção à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão vinculado à OEA.

"Eu estive na OEA em maio para denunciar o caso da Marielle, e a comissão já tinha me instruído a procurar um auxílio de segurança, porque eles entendiam que eu estava em risco", contou. Ela disse que recusou o pedido no início, mas às vésperas da Copa do Mundo reconsiderou e entrou com um pedido de medida cautelar junto a OEA. A intenção é exigir que o País garanta sua segurança e solucione o caso Marielle

"Isso é importante para que cobrem satisfação do Estado brasileiro pelo crime", considerou, para depois explicar a razão de ter solicitado segurança diretamente à OEA. "Eu acredito que o crime da Marielle seja político, e eu estaria pedindo ajuda e proteção a um Estado que matou a Marielle. Então eu fui direto à OEA."

Para Mônica, apesar da demora da polícia para desvendar o crime, o trabalho está sendo feito. "A demora é visível. Sábado a gente vai fazer 150 dias. Estamos caminhando para cinco meses sem nenhuma resposta. Eu acredito que o trabalho da polícia efetivamente está acontecendo. Foi um crime sofisticado, um crime infelizmente muito bem executado, com poucos erros. Daí a dificuldade de chegar a uma solução", disse a arquiteta. (Marcio Dolzan)
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