Política
09/11/2018 20:41

Bolsonaro quer maioridade aos 17 anos e diz que Moro vai pegar corrupto com 'rede de arrastão'


Rio, 09/11/2018 - O presidente da República eleito, Jair Bolsonaro, demonstrou intenção de propor ao Congresso a redução da maioridade penal de 18 para 17 anos, numa demonstração de que tentará chegar a um acordo com o ministro da Justiça indicado por ele, o juiz Sérgio Moro. Bolsonaro gostaria que adolescentes de 16 anos já respondessem por crimes como qualquer adulto, enquanto Moro defende a redução apenas para casos de crimes graves, como homicídio, lesão corporal grave e estupro.

Um braço do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), atualmente inserido no Ministério da Fazenda, irá para a Justiça, porque, para combater a corrupção e o crime organizado, Moro deverá "seguir o dinheiro", disse o presidente eleito, em transmissão pelo Facebook.

"Ele quer carta branca para combater a corrupção e o crime organizado. Ele quer que a Polícia Federal realmente esteja sob o seu guarda-chuva. Para isso tive que trazer o Ministério da Segurança para dentro da Justiça. Então, ele vai ter toda liberdade para combater a corrupção e o crime organizado", afirmou Bolsonaro. "O Moro vai pegar vocês (corruptos). Pegava com varinha (de pescar), agora vai ser com rede de arrastão", acrescentou.

Durante a transmissão, o presidente eleito ainda argumentou que, durante as eleições, praticamente não teve contato com Moro, juiz da Operação Lava Jato, que trata principalmente da corrupção nos governos petistas.

"Conversei uma vez com ele tem uns oito ou dez meses atrás, no aeroporto. Alguns dias depois ele ligou para mim, conversamos por uns dez minutos. Durante a campanha toda, nunca conversei com Sérgio Moro. Fui conversar com ele depois do segundo turno das eleições. Ele veio na minha casa, apresentou o que queria caso aceitasse o ministério da Justiça. Não tenho como falar não", disse.

Bolsonaro ainda defendeu a escolha da deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS), integrante da bancada ruralista, para o ministério da Agricultura e contou que aceitou prontamente o nome assim que recebeu a indicação. Afirmou ainda que não "houve recuo na questão da fusão" com o ministério do Meio Ambiente. "O entendimento depois foi de que seria melhor separado. Agora, quem vai indicar o ministro do Meio Ambiente será Jair Messias Bolsonaro", afirmou. (Fernanda Nunes - fernanda.nunes@estadao.com)
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