Brasília, 05/08/2018 - A escolha do general Hamilton Mourão (PRTB) como vice na chapa do deputado Jair Bolsonaro (PSL) para a corrida presidencial nas eleições 2018 surpreendeu membros do PSL de São Paulo, que davam como certo que Luiz Philippe de Orleans e Bragança, membro da família real brasileira, seria confirmado na vaga.
Conhecido por suas declarações polêmicas, Mourão chegou a falar, em setembro, na possibilidade de intervenção militar no caso de as instituições do País não resolverem a crise política, “retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos”. Neste domingo, ele admitiu ao Estado que não foi “feliz na forma como disse isso” e que deu “margem para outras interpretações”.
A coligação com o PRTB teve efeito quase nulo em termos de tempo de TV no horário eleitoral: Bolsonaro passou de sete para oito segundos em cada bloco de 12 minutos e meio.
Durante a convenção que o confirmou como vice de Jair Bolsonaro, o general defendeu que o Poder Executivo tenha “relacionamento republicano” com os demais Poderes. “Ou seja, sem balcão de negócios”, declarou.
No fim do ano passado, Mourão foi destituído do cargo de secretário de Economia e Finanças do Comando do Exército depois de afirmar que o presidente Michel Temer faz do governo um “balcão de negócios” para se manter no poder. (Paula Reverbel e Leonencio Nossa)