Brasília, 21/03/2019 - O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), creditou o adiamento da indicação de um relator para a reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça à análise de que o projeto da reestruturação da carreira dos militares deu tratamento diferenciado à categoria.
"Ao ver o texto dos militares e as diferenças contidas ali, pedi o adiamento do relator na CCJ. O governo nos mandou um abacaxi e não temos como descascá-lo com os dentes. É preciso nos dar a faca", disse.
O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR) havia dito que poderia indicar o relator nesta quinta, mas, pela manhã, o partido anunciou que aguardaria uma explicação do Ministério da Economia sobre a reforma e a reestruturação das Forças Armadas.
Waldir também reclamou que nenhum representante do governo procurou os líderes partidários para discutir a proposta antes de entregá-la oficialmente ao Congresso. "Só teremos um nome para a relatoria na CCJ quando o governo explicar a reforma da Previdência. E não sou eu que tenho que procurar o governo, eles é que precisam nos procurar", disse. O deputado afirmou ainda que seu gabinete está aberto a qualquer hora para discutir o texto com os emissários do governo.
Como um recado ao Palácio do Planalto, o líder do partido do presidente Jair Bolsonaro frisou também que o Congresso é independente em relação ao governo e, por isso, pode tomar as suas próprias decisões. Ele pediu para que o governo altere o texto dos militares ou deixe a Câmara alterá-lo, desde que assuma ter privilegiado uma categoria. (Mariana Haubert e Camila Turtelli)