Política
11/04/2018 21:32

MInistro da Educação classifica de 'nitidamente político' protesto na UnB e repudia violência


Brasília, 11/04/2018 - O ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, criticou a forma de protesto dos estudantes na Universidade de Brasília, na terça-feira, quando invadiram, depredaram e picharam o prédio do MEC, na Esplanada e o do FNDE - Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação, no Setor Bancário Sul, em Brasília.

"Todo mundo tem direito a protesto e a defender ideias, suas convicções. Mas nós repudiamos qualquer ato de violência, agressão, colocar em risco os funcionário do FNDE e do MEC, com invasões, com depredações", declarou o ministro, ao reiterar que, no caso da UnB, ao contrário do que se alardeia, houve aumento de repasse de recursos para custeio, este ano, da ordem de 12% no orçamento, considerando todas as fontes de recursos.

O ministro disse ainda que os estudantes da UnB pediram auditoria dos gastos da instituição e que o MEC está "avaliando" esta possibilidade. Para ele, o protesto foi "nitidamente político". "O direito deles (se manifestarem) deve ser garantido, assim como o direito dos demais. Aquilo é patrimônio público brasileiro e as agressões que foram feitas, foram no momento que as conversas estavam acontecendo, quando o Ministério estava dialogando com uma comissão de alunos, professores e funcionários, quando o MEC estava explicitando dados e repassando as informações a eles", salientou.

Rossieli Soares da Silva fez questão de esclarecer ainda que, não só em relação à UnB, mas em todas as instituições de ensino superior, o planejamento de custeio que é pensado e preparado pelas próprias universidades em consenso com a Secretaria de Ensino Superior do MEC, tem repasse garantido de 100%. "Nós estamos em abril e já tem 60% de recursos de custeio liberado para as universidade, incluindo a UnB", esclareceu.

Segundo o ministro, muitas das informações repassadas aos alunos e funcionários sobre os gastos na UnB não eram verdadeiras. Disse ainda que, diante do que foi apresentado a eles, foram feitas várias reivindicações. Em uma delas, informou o ministro, os próprios alunos disseram: "Queremos enxergar quais são os gastos da universidade para entender por que isso está acontecendo com a instituição. Eles solicitaram, então, que se faça uma a auditoria nos gastos (de custeio da universidade) e nos estamos avaliando esta possibilidade".

O ministro fez questão de reiterar que "foi uma reivindicação da comissão que discutiu ontem à noite na invasão ao FNDE", com a nossa equipe. A comissão pediu ainda que, "de posse desses dados, dados abertos do MEC e da Universidade de Brasília, a gente faça uma audiência pública e discuta com a comunidade".

Portanto, prosseguiu o ministro, "tendo as informações, nós vamos também participar deste processo não só com a comissão, mas com a sociedade e a comunidade de Brasília". Questionado se considerava o protesto político, o ministro da Educação respondeu: "Em parte o protesto foi nitidamente político, pelas pichações, pelas agressões. Em parte, lamentavelmente, se confunde uma discussão que a gente está sempre disposto a fazer, desde que sejam consideradas as informações do Ministério da Educação. Nós temos plena consciência dos avanços que temos tido, especialmente na garantia de orçamento e de liberação de todo o custeio, o que não acontecia antes de 2016 e passou a acontecer com esta gestão".

Na terça-feira, após tomar posse no Planalto, o ministro Rossieli já havia contestado a reitora da Universidade de Brasília, Márcia Abrahão Moura, que atribuiu à redução de pessoal terceirizado e de serviços na instituição realizados nos últimos dias, ao corte de orçamento pelo MEC.

Rossieli avisou que "não houve corte de orçamento nas universidades" e no caso da Unb, "houve até aumento em 2018" e criticou a postura da reitora, alegando que ela procurou seu antecessor, José Mendonça Filho, que deixou o cargo e retornou à Câmara dos deputados, e nem ele, para discutir questões de verbas na universidade. Por fim, avisou que estava "aberto ao diálogo", "desde que seja diálogo, e não agressividade com como a gente viu, dentro da manifestação". (Tânia Monteiro)
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