Por Marlla Sabino e Débora Álvares
Brasília, 27/01/2023 - As indicações de segundo escalão do Ministério de Minas e Energia (MME) estão travadas à espera da definição da eleição do Senado, que acontece na próxima quarta-feira, 1º. O ministro Alexandre Silveira foi uma indicação do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que busca a recondução, e do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), mas apesar de comandar a pasta há quase um mês, não consegue emplacar nenhum nome para compor sua equipe.
Silveira tem encontrado entraves nas indicações de sua preferência na pasta. Um exemplo seria a escolha de Bruno Eustáquio para assumir a Secretaria-Executiva. O nome não foi bem recebido por parte do PT e no Palácio do Planalto. Eustáquio integrou o governo de Jair Bolsonaro no Ministério da Infraestrutura, e foi secretário executivo adjunto do MME, onde atuou no processo de privatização da Eletrobras.
Para o ministro, o técnico era visto como um “bom nome” para integrar o time, mas a possível escolha para o alto escalão do MME no novo governo do PT também sofreu intensa resistência do movimento sindical e de organizações sociais voltadas ao setor elétrico.
O Broadcast Energia apurou que a situação não atinge apenas a pasta responsável por formular políticas e medidas para o setor de energia, petróleo e gás e mineração, mas também outros ministérios, como de Transportes e Portos e Aeroportos. Nos bastidores, as negociações seguem para acomodar também os aliados. Existe uma expectativa de que a definição do comando do Congresso, especialmente do Senado, dê uma ideia dos “espaços a serem preenchidos”, disse uma fonte à reportagem.
Como mostrou o Broadcast Energia, alguns nomes estariam encaminhados, como o de Thiago Barral, atual presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que foi convidado e aceitou para a Secretaria de Planejamento e Transição Energética, criada por decreto em 2 de janeiro. Também foi definido o novo presidente brasileiro da Itaipu, que ficou com o deputado Enio Verri (PT-PR). A expectativa é que os nomes sejam anunciados na próxima semana.
A demora para definir o segundo escalão do MME tem sido vista de forma negativa por parte da Esplanada e por alguns agentes do setor, que aguardam as definições para encaminhar pautas consideradas prioritárias. No caso recente dos atos contra torres de transmissão, por exemplo, coube à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) coordenar o grupo de acompanhamento das ocorrências registradas contra os ativos de infraestrutura do sistema.
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*Colaborou Luciana Collet
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