Por Gonçalo Junior
São Paulo, 21/07/2020 - Primeira voluntária a receber nesta terça-feira (21) a vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório Sinovac, da China, a médica Stefania Teixeira Porto, de 27 anos, atua no Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUsp). Stefania recebeu o imunizante antes do anúncio oficial dos testes feito pelo governador do Estado, João Doria (PSDB).
Depois da vacinação, ela foi submetida a vários exames e passou um período em observação no próprio HC, centro do estudo clínico no País. Por causa de desgaste físico, Stefania cancelou uma entrevista coletiva e enviou uma mensagem de vídeo por meio da Secretaria Estadual de Saúde.
“Estou contente de participar dessa experiência. É um momento único e histórico. Foi isso que me fez participar desse projeto e fazer parte desse momento. A gente passou por meses tão difíceis. É uma injeção de ânimo poder participar disso e contar para as pessoas no futuro que eu fiz parte disso”, afirmou.
A primeira dose é aplicada em 890 voluntários do HC da FMusp. Daqui a 14 dias, a segunda dose será ministrada e, durante esse período, os voluntários serão acompanhados por uma equipe especializada. Ao todo, 9 mil voluntários receber a substância em 12 centros de pesquisa.
O governo de São Paulo estima que o trabalho deverá ser concluído em 90 dias. Se o processo forem bem-sucedido, a imunização pode começar a ser produzida no início de 2021. O médico infectologista Esper Kallas, coordenador do Centro de Pesquisas Clínicas do Instituto Central do HC, afirma que essa é a terceira fase de procedimentos desta vacina, mas a primeira no Brasil. Os dois primeiros estágios tiveram sucesso.
Essas novas verificações serão feitas em larga escala e precisam fornecer uma avaliação definitiva da eficácia e segurança - a vacina precisa ser capaz de criar anticorpos para imunizar contra o novo coronavírus. “Ao longo da semana, vamos continuar vacinando os voluntários. Os profissionais de saúde foram escolhidos porque eles têm um risco maior de exposição ao coronavírus e podem ser protegidos mais rapidamente pela vacina”, diz. O HC é o coordenador do estudo que será realizado em 12 centros de pesquisa de cinco Estados e do Distrito Federal. Doria classificou o dia como “histórico”.
