Nova York, 16/11/2018 - O Financial Times traz em seu site na internet artigo no qual aponta que cidadãos na Colômbia estão incomodados com vários fatos ocorridos no país, pois poderiam ter conexões, mesmo que indiretas, com as investigações do escândalo de corrupção da Odebrecht pela América Latina e que também teve ramificações importantes naquela nação.
A reportagem aponta que Jorge Enrique Pizano morreu na última quinta-feira em sua casa nas redondezas de Bogotá. Ele era um ex-auditor da Corficolombiana, empresa do conglomerado bancário Aval, que tem papéis negociados em Nova York e é liderada pelo homem mais rico do país, Luis Carlos Sarmiento.
Pizano gravou uma entrevista com a emissora de TV local Canal Uno que só poderia ser divulgada caso morresse. Ali, ele apontava que, em 2015, um ano antes do escândalo da Odebrecht surgir, disse a um advogado da Corficolombiana que havia irregularidades em contratos da companhia, mas pouco foi feito pela empresa sobre o assunto. Em 2016, o advogado que conversou com Pizano, Néstor Humberto Martinez, tornou-se Procurador-Geral da Colômbia.
Martinez expressou recentemente em comunicado que conversou com Pizano "como um velho amigo", mas as evidências apresentadas eram tão fracas que não justificavam realizar uma investigação formal. Embora Pizano tenha sido acometido por um câncer linfático, médicos apontaram que ele morreu devido a um ataque do coração por causas não relacionadas a sua doença.
No último domingo, entretanto, o filho do ex-auditor, Alejandro Pizano Ponce de León, morreu algumas horas depois de chegar em Madrid para o funeral do pai, porque bebeu água envenenada com cianeto. A família apontou que Alejandro não tinha inclinações suicidas e promotores abriram investigação.
O artigo do FT também destaca que há um mês, Amparo Céron, promotora que lidera as investigações do caso Odebrecht na Colômbia, foi vítima de um sério acidente no Chile. Ele ficou duas semanas em coma induzida, está se recuperando, mas seu gabinete não concedeu mais detalhes. (Ricardo Leopoldo, correspondente - ricardo.leopoldo@estadao.com)
