Por Lauriberto Pompeu, Eduardo Gayer e Marcelo de Moraes
Brasília, 21/11/2021 - O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, declarou neste domingo, 21, que o partido sairá dividido após processo de prévias presidenciais. "Deve e tem que provocar racha, eleição não é confraria, é disputa. Temos até agosto, que são as eleições do ano que vem, para construir entendimentos", afirmou ao chegar no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, onde os tucanos decidem quem será o pré-candidato à Presidência da República em 2022.
O governador de São Paulo, João Doria, e o do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, polarizam a disputa interna. O ex-prefeito de Manaus (AM) Arthur Virgílio também concorre, mas sem chances de vencer. "Cabe ao escolhido de hoje demonstrar maturidade, liderança, no sentido de ter capacidade para construir e lamber as feridas internas, unir o partido e o campo do centro", afirmou Araújo.
Hoje, o partido está dividido. Doria tenta usar o seu governo em São Paulo como vitrine para ser o nome do PSDB na eleição presidencial, mas o paulista enfrenta resistência de uma ala da sigla. O deputado Aécio Neves, ex-presidente do partido e candidato tucano ao Planalto em 2014, lidera o grupo opositor a Doria, que nas prévias está representado na figura de Eduardo Leite.
O presidente partidário reconheceu o risco de a disputa interna resultar em uma debandada no PSDB, mas minimizou isso e avaliou que o partido também pode atrair novos quadros. "Teremos janela eleitoral no mês de abril, o PSDB pode ter eventual perda por conta de resultado A, B ou C, claro que sim, mas as adições são muito maiores dado o projeto e objetivo que o PSDB está consolidando", disse.
Bruno Araújo também comentou sobre o aplicativo usado na votação das prévias. O dispositivo é alvo de crítica dos dois governadores que disputam a pré-candidatura. Segundo ele, as reclamações representam algo positivo. "É algo bom, se o aplicativo está sendo demandado é porque há o envolvimento", afirmou.
