São Paulo, 02/11/2017 - O Índice de Preços de Alimentos (FFPI, na sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) recuou 2,2 pontos em outubro para 176,4 pontos, numa queda de 1,3% em relação a setembro. Naquele mês, em relação a agosto, o índice de preços de alimentos da FAO havia registrado uma alta de 0,8%.
De acordo com o relatório divulgado hoje pela FAO, embora o nível do FFPI de outubro tenha aumentado 4 pontos (2,5%) em relação a outubro de 2016, ele manteve-se 27% abaixo do seu máximo histórico, de 240 pontos, registrado em fevereiro de 2011, em termos nominais. Com exceção do Índice de Preços de Cereais da FAO que atingiu em outubro a marca de 152,8 pontos, com elevação de 10,5 pontos ou 7,4% sobre o mesmo mês em 2016, todos os outros índices utilizados no cálculo do FFPI caíram em outubro.
Entre os principais cereais, os preços do trigo foram as maiores baixas registradas pelo Índice de FAO, pressionados pela atuação de um maior número de exportadores no mercado mundial. De acordo com o relatório da organização internacional, os preços do milho aumentaram ligeiramente nos EUA embora a América do Sul tenha o cereal para formação de estoques. Os preços do arroz se fortaleceram em outubro, com suporte adicional para os preços japoneses decorrentes de uma série de propostas de compras no Extremo Oriente.
As cotações internacionais para os lácteos, manteiga, leite em pó desnatado e leite em pó integral diminuíram em outubro, enquanto as do queijo permaneceram mais estáveis. Os preços da manteiga e do leite caíram pelo fato de os importadores mundiais terem reduzido as compras, aguardando a chegada de novos estoques da Oceania. "A baixa demanda e as amplas ações de intervenção na UE [União Europeia] aceleraram o declínio dos preços dos derivados de leite", informa relatório da FAO.
O Índice de Preços de Carne da FAO registrou uma média de 172,7 pontos em outubro, baixou 1,6 ponto (0,9%) em relação a setembro e manteve a tendência de quedas moderadas iniciadas em julho deste ano. Os preços internacionais de carne de porco e de ovinos também sofreram quedas em outubro, enquanto os da carne bovina aumentaram e das aves ficaram estáveis.
"A intensa concorrência entre os exportadores e a lenta demanda pelas importações têm sido o motivo do declínio dos preços da carne suína observada nos últimos meses. Contudo, os preços da carne bovina aumentaram pelo terceiro mês consecutivo, devido às ofertas limitadas da Oceania", ainda de acordo com o documento da FAO. O relatório segue dizendo que um aumento sazonal no abastecimento de carne de ovino na Oceania reduziu os preços, enquanto os mercados de carne de aves permaneceram bem equilibrados.
Ainda de acordo com o FFPI, o Índice de Preços do Açúcar atingiu, em média, 203 pontos em outubro. Recuou 1,4 ponto ou 0,7% ante a setembro. Na comparação com outubro do ano passado, o índice de preços do açúcar recuou 112 pontos, nível 36% abaixo do mês correspondente no ano passado. Os preços do açúcar caíram em outubro em decorrência da perspectiva de aumento da safra 2017/18, reforçada pelas estimativas de uma maior safra de beterraba na União Europeia e maior produção na Rússia.
"Com o real mais fraco ante ao dólar, as exportações brasileiras de açúcar aumentaram potencialmente. Também contribuiu para a queda dos preços internacionais do açúcar o fato de a China ter diminuído significativamente suas compras devido às maiores tarifas de importação", diz o relatório da FAO. (Francisco Carlos de Assis - francisco.assis@estadao.com)
