Curitiba, 11/9/2018 - Uma carta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lida pelo ex-deputado e fundador do PT Luiz Eduardo Greenhalgh dirigida "ao povo brasileiro" inflamou a militância e foi um dos pontos altos do anúncio de Fernando Haddad como candidato do PT à Presidência da República, na tarde desta terça-feira, 11, na Vigília Lula Livre, em frente à Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR). No documento, Lula faz críticas ao Poder Judiciário, ao sistema eleitoral e cita uma série de avanços atingidos sob o governo petista.
"Negaram decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU, que reconheceu meu direito de ser candidato, a comunidade jurídica dentro e fora do país indignou-se com as aberrações cometidas por Sergio Moro e pelo Tribunal de Porto Alegre", criticou.
Lula também escreveu sobre Haddad, a quem atribui um dos melhores da Educação no país. "Fernando Haddad, ministro da Educação foi responsável a pelas mais importantes transformações, abrimos as portas para universidade para mais de quatro mil filhos de trabalhadores - negros, indígenas - fizemos o Prouni, o novo Fies, Fundeb, Enem, Plano Nacional de Educação, Pronatec e fizemos quaro mais de quatro vezes mais escolas técnicas do que fizeram em cem anos", ressaltou.
"Nossa lealdade é com o povo, com o sonho de quem viver, ter salário digno e proteção da lei para quem trabalha, para que as famílias possam comprar carro, casa e sonhar cada vez mais", disse.
Para a senadora Gleisi, foi um "dia triste". "Hoje é um dia derradeiro, determinado pela Justiça Eleitoral e não tivemos posicionamento do Supremo Tribunal Federal a respeito do destino do presidente Lula, que em sua grandeza e olhando para o povo brasileiro, fez o comunicado de que o PT deveria apresentar um candidato", disse.
Fernando Haddad, em seu primeiro pronunciamento como candidato, enumerou o que considerou como avanços dos governos petistas. " Quais pecados cometemos, será que foi sentar ao lado de um negro no avião ou na universidade, lado a lado. Incomodou que uma pessoa sem diploma, conseguiu fazer o que nunca fizeram em 500, foi isso?", questionou.
Durante a leitura da carta de Lula, a militância petista, jovem e antiga, se emocionou. No final do evento, porém, muitos se voltaram contra a imprensa - citada por Lula como uma das causadoras do impeachment de Dilma Roussef - e gritaram palavras de ordem contra as maiores redes.
O evento contou com a participação da ex-presidente Dilma Roussef, deputado federal Paulo Pimenta, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, do Piauí, Wellington Dias, o senador Lindbergh Farias, o candidato ao governo do Paraná, Doutor Rosinha e a candidata ao Senado, Mirian Gonçalves, além da presidente nacional do PC do B, Luciana Barbosa. (Julio Cesar Lima)
