Política
05/07/2018 21:22

Em carta de demissão enviada ao presidente Temer, ex-ministro do Trabalho diz que é inocente


Brasília, 05/07/2018 - Em carta de demissão enviada hoje ao presidente Michel Temer, o agora ex-ministro do Trabalho, Helton Yomura, afirmou que "jamais praticou ou compactuou com qualquer ilicitude ou irregularidade na pasta". Yomura disse que foi surpreendido pela 3ª fase da Operação Registro Espúrio, que apura fraudes na concessão de registros sindicais. No documento, ele também criticou que a decisão de afastá-lo do cargo tenha sido tomada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, um dia antes do recesso no Judiciário.

"Diante das circunstâncias que ora se me apresentam, e para evitar que o Ministério do Trabalho fique acéfalo, coloco o cargo à disposição de vossa excelência para que delibere aquilo que melhor atenda ao interesse público", escreveu Yomura ao presidente.

Segundo ele, poucas semanas após assumir a pasta em definitivo, em abril deste ano, e com a deflagração da primeira fase da Registro Espúrio, tomou providências para afastar todos os envolvidos, abrir sindicâncias e suspender e revisar os processos de registro sindical.

"Iniciei a seleção de novos profissionais para ocupar as posições vagas e formar um grupo de experts para iniciar a reformulação de procedimentos e controle interno. Estes foram os atos de ofício praticados por mim que possam interessar aos fatos sob investigação", continuou.

Ele também questionou a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou seu afastamento do Ministério do Trabalho. "A decisão, monocrática, do ministro-relator daquele inquérito perante o Supremo Tribunal Federal, foi proferida no último dia antes do recesso forense. Não há órgão colegiado, nos próximos 30 dias, a que se possa submeter a revisão, como seria inerente a qualquer deliberação do Poder Judiciário. Isto do ponto de vista do interesse público, do ponto de vista do bom funcionamento do ministério. O mesmo se aplica ao pleno exercício do direito de defesa", criticou.

Helton Yomura é considerado apadrinhado político do presidente do PTB, Roberto Jefferson, que também foi alvo de outra fase da operação junto com a filha, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ). (Julia Lindner e Leonencio Nossa)
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