Economia & Mercados
16/08/2017 16:16

Cemig: tendência é alavancagem reduzida pelo aumento da geração de caixa


Embora esteja se esforçando para vender ativos e reforçar o caixa da companhia para fazer frente a suas dívidas de curto prazo, a Cemig entende que sua geração de caixa deve ser crescente e suficiente para permitir a redução da elevada alavancagem. "Essa é a tendência, achamos que a geração de caixa é coerente e convergente (com as dívidas da companhia), e a companhia tem condição de pagar suas dívidas de forma sustentável, mesmo sem os desinvestimentos, que devem acontecer", disse o superintendente de controladoria da estatal mineira, Leonardo Magalhães, durante teleconferência com analistas e investidores.

Ele comentava sobre a perspectiva de caixa crescente da companhia, que encerrou o primeiro semestre com um total de disponibilidades de R$ 2,062 bilhões. Ele lembrou que alguns grandes projetos, como as usinas de Santo Antonio e Belo Monte, já estão em fase adiantada e devem exigir cada vez menos aportes, contribuindo para o aumento das disponibilidades. Por outro lado, a companhia tem trabalhado para reduzir suas provisões, o que também tende a favorecer a geração de caixa.

O superintendente de Relações com Investidores da Cemig, Antônio Velez, reforçou, porém, que o comprometimento da companhia é com a redução da alavancagem e que a venda de ativos "é parte importante no processo".

A Cemig encerrou junho com uma dívida líquida total de R$ 12,5 milhões e uma alavancagem de 3,98 vezes dívida líquida/Ebitda, abaixo das 4,21 vezes anotadas no fim de março. Entre abril e junho, a companhia conseguiu reduzir R$ 473 milhões de dívida, e após esse período, segundo Veléz, já pagou adicionais R$ 77 milhões.

Ainda assim, a empresa enfrenta o desafio de cumprir com todas as suas obrigações de curto prazo. A estatal possuía vencimentos que somavam R$ 4,131 bilhões em 2017 e tem mais R$ 3,907 bilhões em dívidas com maturação em 2018.

Por isso, a companhia colocou à venda diversos de seus ativos considerados não-estratégicos, como Light, Santo Antonio, Gasmig, Cemig Telecom, e ao mesmo tempo busca negociar com os credores o reperfilamento de suas dívidas.

Bonds
Vélez reforçou a intenção da companhia de emitir bonds como parte de seu reperfilamento de dívida, mas indicou que primeiramente pretende concluir sua negociação com os bancos. "Quando encontrarmos o momento adequado, vamos fazer o anúncio", disse.

Questionado sobre as taxas que a companhia está encontrando para essa emissão, ele indicou que a Cemig tem acompanhado as taxas de mercado e espera que a sua seja "compatível com emissões que estão sendo vistas nos últimos meses". "Companhias com qualidade de crédito similar ou pior estão fazendo emissão bem sucedida, então nossa taxa deve ser compatível com o quem vemos", comentou.
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