Por Altamiro Silva Junior
São Paulo, 06/05/2021 - Grandes investidores fizeram ontem nova redução de apostas contra o real no mercado futuro da B3, na expectativa por uma sinalização do Banco Central de mais elevações de juros pela frente. O destaque foi a redução pelos estrangeiros de posições compradas em dólar futuro, que ganham com a alta da moeda americana, em 28.135 contratos, o equivalente a US$ 1,4 bilhão, segundo dados da B3 monitorados pela corretora Renascença.
Já os fundos de investimento nacionais aumentaram posição vendida em dólar futuro, que ganham com a queda da moeda dos EUA, em 11.535 contratos ontem, ou US$ 577 milhões. Na segunda-feira, fundos e estrangeiros já haviam reduzido estas posições em US$ 1 bilhão cada um.
Profissionais das mesas de câmbio comentam que este desmonte de posição contra o real deve seguir ao longo do desta quinta-feira, com a visão de que a moeda brasileira tende a se beneficiar do maior fluxo de capital externo por conta de taxas de juros do Brasil mais em linha com outros emergentes. "O real vai continuar performando bem", comentam os economistas do Citi, que preveem nova alta da Selic de 0,75 ponto porcentual em junho.
A elevação dos juros, observa o Citi, pode trazer de volta ao País operações de carry trade, quando investidores internacionais tomam recursos em mercado de juro muito baixo para aplicar em outro de taxas maiores. Na América Latina, o México vinha sendo o preferido para este tipo de operação, com taxa de juros de 4%, o dobro da brasileira antes de o BC começar os aumentos.
Neste contexto, o Citi espera que o real tenha desempenho levemente melhor em comparação a outras moedas emergentes do que nos últimos anos, quando acumulou o posto de pior divisa internacional. Com isso, o banco americano prevê um desestímulo para posições vendidas na moeda brasileira, ou seja, apostando em sua desvalorização.
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