Economia & Mercados
07/01/2022 10:08

Olhar de Líder: Petrobras está blindada contra qualquer tipo de interferência, diz Silva e Luna


Por Irany Tereza

Na abertura da série de entrevistas Olhar de Líder em 2022, o presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, reconhece que a companhia estará "no centro dos debates eleitorais", mas afirma que a política de preços não será alterada. "A Petrobras tem um grau de conformidade e governança bastante sólido, que blinda a empresa contra qualquer tipo de aventura, qualquer tipo de interferência", disse o executivo.

Leia, a seguir, alguns dos principais trechos da entrevista:



Broadcast: O preço dos combustíveis continuará pressionado em 2022? O ano eleitoral pode mudar a política de preços?

Joaquim Silva e Luna: Este vai ser um tema o ano inteiro, exatamente por ser um ano eleitoral. E também porque as motivações que pressionaram os preços dos combustíveis no ano passado não se modificaram muito. Houve um momento em que o Brent chegou a US$ 86 por barril, num período muito curto no fim do ano chegou a US$ 69 por barril, mas no resto do ano ficou bastante alto, acima de US$ 75. Também tivemos uma pressão crescente do dólar. E esses são os dois fatores com os quais a gente trabalha, além de analisar os mercados, particularmente o asiático, o europeu e os Estados Unidos, em função de ver como andam nossas importações. O que temos visto como tendência é uma continuidade disso e, ainda, os efeitos da pandemia. Tivemos ontem (terça-feira) a informação da continuidade da ação da Opep, aqueles 400 mil barris vão continuar em fevereiro o que dá, de uma certa maneira, um equilíbrio na posição em que está. A Petrobras vai manter a sua política de preços, não vai alterar exatamente nada. É o mercado.

Broadcast: Sem dúvida a política de preços da Petrobras fará parte dos debates eleitorais. A Petrobras está suficientemente blindada contra mudanças?

Silva e Luna: Sim, estará no centro dos debates, mas a Petrobras tem um grau de conformidade e governança bastante sólido, que blinda a empresa contra qualquer tipo de aventura, qualquer tipo de interferência. Logicamente, vamos ouvir, vamos prestar informações à sociedade, aos Poderes. Minha percepção é que havia um grande desconhecimento com relação à Petrobras, por ser uma empresa estatal. Deixavam de olhar o lado de que ela é uma empresa de economia mista, que tem hoje 63% do seu capital financeiro com os acionistas; outros 37% é que ficam com a União. E é uma empresa bastante regulada. Fizemos uma conta de padeiro e chegamos a um número da ordem de 21 entidades que controlam a empresa, como estatal e como empresa privada. Além de órgãos nacionais, há ainda os internacionais, como a SEC.

Broadcast: General, o senhor acha que a empresa caminharia melhor se fosse privatizada?

Silva e Luna: Olha, o que muda... Ela já se comporta como empresa privada, por força da legislação. O que mudaria seria, talvez, a redução de órgãos controladores sobre a empresa. E, talvez, esse temor que o mercado tem de uma interferência, que não existe. Leio que existe um valor represado das ações em função de um temor de que possa haver interferência ou não. Isso se extinguiria. Agora, uma decisão dessa cabe, logicamente, ao acionista controlador. Não é uma decisão simples. Particularmente para uma empresa que está totalmente saneada, dando lucro, conduzida por uma equipe 100% técnica. É um grupo que passou pelo vale da morte e saiu ileso. O País tinha era de tirar proveito dessa equipe e da situação que a empresa vive hoje, não se preocupar em privatizar ou qualquer coisa do tipo.

O vídeo com a íntegra da entrevista está disponível no Broadcast TV
Para ver esta notícia sem o delay assine o Broadcast+ e veja todos os conteúdos em tempo real.

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados para o Grupo Estado.

As notícias e cotações deste site possuem delay de 15 minutos.
Termos de uso