O diretor presidente da Isa Cteep, Reynaldo Passanezi Filho, disse que a companhia está focada em oportunidades de investimento e tem "todo interesse em ter sucesso" no próximo leilão de empreendimentos de transmissão, marcado para 15 de dezembro. Ele minimizou, porém, a pressão na companhia por conquistar novos lotes no leilão. "Se não for nesse leilão, será nos próximos. Existem R$ 7 bilhões de RAP (Receita Anual Permitida) adicional a serem ofertados nos leilões", disse, referindo-se a projetos futuros já mapeados.
O executivo destacou informações do Ministério de Minas e Energia de que entre 2017 e 2022 serão ofertados projetos que somam cerca de R$ 40 bilhões em investimentos.
Ele avaliou que o próximo leilão pode ter uma menor concorrência em relação ao certame de abril, resultando em um deságio médio menor em relação aos 35,5% verificados no leilão passado. Isso porque houve redução do custo médio ponderado de capital (WACC, na sigla em inglês) para os novos projetos e atualmente há mais dificuldade de financiamento. "O mercado de capitais está mais fechado", disse.
Segundo ele, o último deságio registrado não foi pelos empreendedores terem aceitado remuneração menor, mas por previsão de antecipação das obras e pelo desenho de "boas soluções técnicas que não eram óbvias". A própria Cteep arrematou cinco lotes na ocasião. "Ganhamos do jeito que queríamos, ou em viva voz com diferença mínima", afirmou, salientando que o deságio apresentado pela companhia foi de até 15 pontos porcentuais de diferença em relação com os seus concorrentes.
Consolidação
Passanezi salientou, ainda, que ainda há um significativo momento de consolidação esperado no setor, tendo em vista os desinvestimentos previstos pelo Grupo Eletrobras - que já anunciou a intenção em se desfazer de participações minoritárias em empreendimentos de transmissão - e por outros grupos que, segundo ele, estão em dificuldade financeira.
