Economia & Mercados
28/06/2018 11:48

BC/Ilan: decisão do Copom se deu em função das projeções


Brasília, 28/06/2018 - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou há pouco que a última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), em que a Selic foi mantida em 6,50%, se deu em função das projeções de inflação. Ao mesmo tempo, ele afirmou que a decisão do colegiado é compatível com a trajetória das metas.

Goldfajn afirmou ainda que, ao longo do tempo, dentro de seu horizonte relevante, o BC vai cada vez olhar mais para o ano de 2019. Isso porque as decisões sobre juros tomadas agora terão mais influência nos anos à frente.
Goldfajn lembrou ainda que em suas comunicações o BC tem colocado qual é seu balanço de riscos para a inflação. "O primeiro risco é o de a inflação ficar muito baixa. Caminhávamos abaixo de 3% ano passado e neste ano", citou Goldfajn. "Este risco diminuiu bastante", acrescentou.

Outro risco, conforme Goldfajn, é de haver frustração nas expectativas com o andamento das reformas, e de isso ser intensificado em função do cenário externo. "Alertamos várias vezes que não podíamos contar com o cenário externo benigno para sempre", pontuou. Segundo ele, o risco do cenário externo se intensificou da reunião anterior do Copom para agora.

Goldfajn também disse que o Copom já havia enfatizado, em momentos anteriores, que a continuidade do processo de reformas e ajustes é essencial para manter a inflação em níveis baixos. "A continuidade de reformas é fundamento importante para projeções de médio e longo prazos", disse.

O presidente do BC defendeu ainda que a instituição continue olhando para sua missão, que é assegurar a inflação baixa no médio e no longo prazo. "Podemos ter choques, como estamos tendo hoje, mas acreditamos que eles são temporários", disse Goldfajn.

De acordo com Goldfajn, para tratar o choque temporário é importante manter o ambiente de expectativas ancoradas. Ele reconheceu que um dos choques é a paralisação do setor de transportes. "Achamos que teremos uma dificuldade maior para analisar dados, em função da greve", disse. "Temos que separar os impactos do choque do que é mais perene."

Sobre as sinalizações quanto aos próximos passos do BC, Goldfajn citou o esforço da instituição em sinalizar seus próximos passos. Porém, como neste momento há "maior nível de incerteza, recomenda-se abster de sinalização de próximos passos". (Fabrício de Castro e Fernando Nakagawa - fabricio.castro@estadao.com e fernando.nakagawa@estadao.com)
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