Economia & Mercados
09/08/2019 16:20

MME/Márcio Félix: Reate 2020 vai viabilizar gás onshore no Brasil


Por Cristian Favaro

São Paulo, 09/08/2019 - Na esteira dos debates envolvendo o novo mercado de gás brasileiro, o governo pretende incentivar a produção de gás nas bacias em terra do País. Segundo o secretário de petróleo, gás natural e biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Félix, a atenção ao setor fará parte de uma das frentes do Programa de Revitalização da Atividade de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres (Reate 2020), a ser lançado nos dias 22 e 23 de agosto, em Brasília.

"Queremos viabilizar o gás onshore, que hoje não é tão viável principalmente por uma questão de limitação de infraestrutura. Todo o mercado está tratando para se abrir espaço para a produção de gás em terra", afirmou.

Enquanto o governo não consegue avançar em um marco regulatório do setor de gás natural e, com isso, destravar este mercado, o volume de gás natural extraído na exploração de petróleo e devolvido aos poços tem crescido. Conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o total de gás injetado em junho de 2019 foi de 39,2 milhões de metros cúbicos por dia, alta de 14% na comparação com igual período de 2018. Os números consideram toda a produção, não apenas onshore.

A questão da injeção do gás de volta ao poços é um tema polêmico, sobretudo nas áreas de pré-sal, em que ele é usado para elevar a pressão dos reservatórios. Entidades defendem, entretanto, que a ausência de infraestrutura deixa em xeque qualquer avanço no segmento.

O Reate 2020 vai ser uma nova versão do programa lançado em 2017. De forma geral, a meta é ampliar a produção de petróleo em terra no País para a casa dos 500 mil barris por dia. A tendência, entretanto, tem sido contrária: dados da ANP mostram que a produção desse segmento caiu da média de 209,1 mil barris de petróleo por dia no ano 2000 para a média atual de 107,4 mil barris diários nos 12 meses até maio.

Além do gás, a aposta do governo é tentar avançar na regulamentação do onshore e atrair empresas e prestadores de serviço para explorar os recursos. O governo também pretende ajudar para que o processo de desinvestimentos da Petrobras avance de forma mais célere. "Não é influenciar para desinvestir, mas ajudar para que o processo seja cada vez mais redondo", afirmou Félix, destacando os avanços na área de refino e na promoção de concorrência.

Após o lançamento em Brasília, o grupo fará apresentações também em Salvador, no dia 19 de setembro, Vitória (ES), em 24 de outubro e em Mossoró (RN), no Mossoró Oil & Gás Expo, entre os dias 26 e 28 de novembro.

Contato: cristian.favaro@estadao.com
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