Economia & Mercados
14/12/2018 08:35

IMC vê acionistas aprovarem 'poison pill' e dificulta OPA da Sapore por 42% da empresa


São Paulo, 14/12/2018 - A International Meal Company Alimentação (IMC), dona das redes Frango Assado e Viena, informou ontem, em fato relevante, que os acionistas da empresa aprovaram, em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), a alteração do estatuto social para inclusão de uma cláusula de "Poison Pill". Na prática, o dispositivo obriga que qualquer um que compre ou faça oferta para adquirir pelo menos 30% do capital da empresa amplie a oferta para a totalidade de ações. O tema foi aprovado por 99,425% dos presentes na Assembleia, que teve a participação de acionistas representando 82,058% do capital social votante.

A partir disso, com a mudança no capítulo do estatuto da companhia que trata desse assunto, a Abanzai (Sapore), caso deseje prosseguir com a Oferta Pública de Aquisição (OPA) por, no máximo, 41,66% do capital da IMC, marcada para 19 de dezembro, terá que, no prazo máximo de 10 dias a contar da data do leilão da OPA, realizar ou solicitar o registro de uma nova oferta pública de aquisição da totalidade das ações de emissão da companhia.

Além disso, o preço por ação de emissão da IMC objeto da oferta pública deverá corresponder, no mínimo, ao maior valor pago pela adquirente nos seis meses que antecederem o atingimento do porcentual igual ou superior a 30%.

Tal mudança foi solicitada aos administradores da companhia de gestão de restaurantes, no fim de novembro, pelos fundos Neo Investimentos, Equitas Investimentos, XP Gestão de Recursos, Miles Capital e Brasil Capital, que em conjunto detêm cerca de 18,31% do capital social da IMC. O pedido ocorreu depois que a Sapore lançou, também em novembro, uma OPA por uma fatia de até 49,99% das ações da IMC, posteriormente reduzida para até 41,66%.

Nesse meio tempo, no entanto, o Conselho de Administração da IMC recomendou que os acionistas da empresa não aceitassem a OPA. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a IMC diz que relatório do Itaú BBA, assessor financeiro contratado pela empresa e que apurou o valor da IMC sob cinco metodologias, "não corrobora a percepção de que se trate de preço claramente vantajoso para os acionistas da Companhia".

O preço proposto foi de R$ 8,00 por ação, pagos à vista, e R$ 0,63 por papel, a serem pagos apenas se a redução de capital da IMC, aprovada em 4 de outubro de 2018, no valor de R$ 100 milhões, for implementada e os respectivos valores forem entregues aos acionistas da companhia.

Segundo o documento onde o Conselho recomendou a rejeição da oferta, "o preço ofertado na OPA situa-se na metade inferior do intervalo de avaliação considerando o intervalo entre o menor e o maior dos valores apontados segundo tais metodologias". "Assim, o preço ofertado na OPA não compensa, com base nas análises feitas, os riscos decorrentes de tratar-se de uma OPA parcial, a ser sucedida por uma combinação de negócios sobre a qual não foram prestadas suficientes informações".

A Coluna do Broadcast informou, na última quarta-feira, que a Sapore, empresa de refeições coletivas, pretendia ficar com até 60% da empresa combinada com a IMC, depois de comprar os cerca de 42% da companhia e, posteriormente, unir as operações. (Márcio Rodrigues - marcio.rodrigues@estadao.com)
Para ver esta notícia sem o delay assine o Broadcast+ e veja todos os conteúdos em tempo real.

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados para o Grupo Estado.

As notícias e cotações deste site possuem delay de 15 minutos.
Termos de uso