Por Elisa Calmon e Talita Nascimento
São Paulo, 13/01/2022 - Apesar do menor grau de letalidade da Ômicron, setores mais sensíveis à alta taxa de infecção já sentem os impactos da variante em suas operações. Esses reflexos na economia foram tema do Broadcast Live da última quinta-feira, com participação do presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar), Claudio Felisoni, e da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz.
Para Felisoni, a rápida disseminação da Ômicron interfere tanto nas operações de lojas físicas, quanto nas questões administrativas. "O Brasil fez a sua lição de casa e tem grande parte da população vacinada. Isso diminui os efeitos da variante, mas, em setores de mão de obra intensiva, como o varejo, as empresas se veem privadas de funcionários", explicou o representante do segmento.
O presidente da Ibevar complementa que há uma preocupação de afastar colaboradores doentes em meio aos problemas de testagem no Brasil para não difundir a doença entre as equipes e o público em geral.
Aviação
Na aviação, o cenário não é muito diferente. Sanovicz atribui os altos números de afastamento de funcionários no setor à forte preocupação com a segurança e maior facilidade de identificar possíveis contatos com funcionários doentes. "Se temos um piloto doente, afastamos as outras cinco que compõem a tripulação. Por isso, nossos números crescem em progressão geométrica", explicou.
O presidente da Abear também citou os problemas de testagem, justificando a necessidade de ter uma "operação de risco zero", com controle rigoroso. Como principal diferença em relação ao varejo, Sanovicz citou a dificuldade em substituir a mão de obra. "Não podemos contratar funcionários freelancers. Esses profissionais não estão à disposição facilmente", finalizou.
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