Cerca de 60% das startups de saúde brasileiras, as chamadas healthtechs, têm sede na Região Sudeste, enquanto outras 28% são da Região Sul. A concentração das healthtechs no País é um dos dados que mais chamam a atenção em estudo feito pela consultoria de inovação Distrito.
O levantamento foi divulgado ontem, na abertura do Distrito Inova HC, espaço de startups criado em parceria entre a consultoria e o Hospital das Clínicas: com 900 m², poderá receber 20 startups e até 150 profissionais especializados no setor.
De acordo com a pesquisa, existem hoje 386 startups de saúde no Brasil, sendo que nenhuma delas está localizada na Região Norte. Quando analisada a presença de healthtechs por Estado, São Paulo se destaca, com aproximadamente 40% - em seguida aparecem Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
A concentração no Sudeste não acontece só com as healthtechs: recentemente, a pesquisa Radar AgTech mostrou que a região concentra dois terços das startups do agronegócio no Brasil.
De acordo com o estudo, a gestão da saúde é a área que mais atrai startups: cerca de 23% das empresas mapeadas oferecem soluções desse tipo. O Distrito considerou que existem hoje no Brasil healthtechs de diferentes categorias, incluindo farmácia e diagnóstico, inteligência artificial e tecnologias para o monitoramento de pacientes.
"A área de gestão acaba sobressaindo porque corresponde, principalmente, a serviços de softwares, que têm uma barreira de entrada menor, já que exigem apenas conhecimento de programação e não da medicina com um todo", afirma Gustavo Verginelli, responsável pela pesquisa. "É preciso incentivar pesquisadores de medicina a empreender para explorar novas oportunidades."
Esse é um dos objetivos do novo espaço em São Paulo - além do lugar para startups, há ainda um laboratório de telemedicina e um hospital 4.0 para simulação de situações do dia a dia e aplicação de novas tecnologias.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
