Economia & Mercados
14/08/2020 06:31

Sabesp tem lucro líquido de R$ 378,2 mi no 2tri20, queda de 16,8% em um ano


Por Matheus Piovesana

São Paulo, 14/08/2020 - A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) registrou lucro líquido de R$ 378,2 milhões no segundo trimestre de 2020, uma queda de 16,8% em relação ao resultado de R$ 454,4 milhões registrado um ano antes. Apesar de ter apresentado alta nas receitas, especialmente de construção, a pandemia da covid-19 teve impactos sobre o balanço da empresa, e a variação cambial pesou sobre os valores de empréstimos e financiamentos.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da empresa estadual teve alta de 28,4% em um ano, para R$ 1,581 bilhões. A margem Ebitda ajustada apresentou alta de 4,9 pontos porcentuais, para 35,7%.

Na comparação com o segundo trimestre de 2019, a Sabesp viu sua receita bruta crescer 2,3%, para R$ 3,662 bilhões. Grande parte da alta veio das receitas de construção, que subiram 48,1%, para R$ 1,019 bilhão, alta que a Sabesp atribui ao maior investimento em obras. O período entre abril e junho também foi marcado pela assinatura de acordo com o município de Mauá, que levou a um impacto positivo de R$ 193,6 milhões na receita operacional da empresa, e a uma reversão de R$ 85,9 milhões nas despesas.

Entretanto, o trimestre também foi marcado pela pandemia da covid-19, que teve efeito sobre as receitas tanto pela redução do volume faturado em algumas categorias quanto pela elevação dos índices de inadimplência. Além disso, o reajuste tarifário foi postergado, com impacto de R$ 28 milhões, e houve isenção de pagamentos das contas de água para clientes das categorias Residencial Social e Residencial Favela, com impacto de R$ 65,3 milhões.

Os volumes faturados de água e esgoto cresceram 3,2%, para 986,4 milhões de metros cúbicos. No segmento varejo, porém, houve alta apenas na categoria residencial, de 0,7% em um ano, para 787,6 milhões de metros cúbicos. Nas demais categorias, com o impacto da pandemia e das medidas de isolamento social, houve baixa, de 24,5% na categoria Pública, de 18,4% na Comercial e de 16,7% na Industrial. O segmento de varejo teve baixa de 2,1% no volume. O atacado, com alta de 0,6%, e o faturamento nos municípios de Santo André, onde a Sabesp começou a atuar em 2019, e de Mauá ajudaram a compensar a queda.

Resultado financeiro. No resultado financeiro, a Sabesp teve despesas de R$ 675,5 milhões, 334,1% maiores que as registradas no mesmo período de 2019, de R$ 155,6 milhões. Houve leve redução nas despesas financeiras, de 1,8%, mas com a desvalorização do real frente ao dólar e ao iene, as variações monetárias e cambiais líquidas sobre empréstimos e financiamentos em moeda estrangeira tiveram impacto negativo de R$ 502,5 milhões no trimestre.

Custos. Os custos e despesas administrativas e comerciais da Sabesp caíram 6,6% em base anual, para R$ 2,356 bilhões, com destaque para as quedas em Despesas gerais (-39,7%) e com Salários, encargos e benefícios e Obrigações previdenciárias (-14,7%). Já os custos de construção subiram 48,1%, para R$ 996,7 milhões.

Na folha salarial, a Sabesp atribui a queda de custos a reduções de R$ 38,6 milhões em despesas com assistência médica, de R$ 37,4 milhões nas despesas com o TAC aposentados e de R$ 22,7 milhões por causa da base de comparação. Enquanto no segundo trimestre de 2019 houve reajuste de 4,99% nos salários dos funcionários da empresa, o segundo trimestre deste ano não teve reajustes.

Contato: matheus.piovesana@estadao.com
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