Rio, 11/04/2019 - Ao usarem receitas tributárias do ICMS para cobrir os rombos da Previdência pública, os governos estaduais atuam de forma "socialmente injusta", na visão do gerente de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Jonathas Goulart. Nesta quinta-feira, a Firjan divulgou estudo que mostra que o déficit total das previdências estaduais foi de R$ 77,8 bilhões em 2017.
"Financiar a Previdência com ICMS é socialmente injusto", afirmou Goulart há pouco, ao comentar os dados do estudo. O economista lembrou que o ICMS incide em todos os bens, ou seja, é pago por toda a sociedade, independentemente do nível de renda.
O estudo da Firjan aponta que, no Rio Grande do Sul, o déficit gera um custo de R$ 1.038 por habitante por ano. No Distrito Federal, o custo anual do rombo foi de R$ 887 por habitante. No Rio, o custo do déficit foi de R$ 663 por habitante por ano.
"É como se cada habitante estivesse pagando essa conta sem saber, porque esse financiamento está embutido no ICMS", afirmou Goulart, lembrando que, politicamente, a estratégia dos governos sempre foi a de aumentar o ICMS para cobrir os déficits previdenciários, em vez de elevar as cobranças previdenciárias. (Vinicius Neder - vinicius.neder@estadao.com)
