São Paulo, 12/03/2019 - O banco francês BNP Paribas descarta uma recessão na economia mundial, mas avalia que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do mundo deve apresentar desaceleração, crescendo 3,3% em 2019 e 2020, ante o nível de 3,6% registrado em 2020, de acordo com relatório divulgado hoje pelo banco em apresentação pela internet. O banco descarta novas altas de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) este ano, afirmou o economista-chefe do BNP Paribas, José Carlos Faria.
O economista prevê uma desaceleração econômica um pouco mais acentuada, sobretudo nas economias desenvolvidas. Nesse ambiente, a perspectiva é que o cenário deve ser de taxa de juros mais baixas, o que não é ruim para os países emergentes, ressaltou ele. "Não esperamos uma recessão global", disse o economista, destacando que o risco de isso ocorrer está ao redor de 25%.
Nos Estados Unidos, a expansão do PIB deve ficar em 2,2% este ano e 1,6% em 2020, ambos abaixo do nível de 2018, de 2,9%. No Fed, o banco alterou a previsão de uma alta de juros este ano e agora prevê manutenção da taxa. "Cortes de juros poderão ocorrer se a desaceleração for mais forte", disse ele, destacando que os estímulos fiscais de Donald Trump devem começar a perder força e contribuir para a perda de fôlego do PIB americano.
Para a Europa, disse ele, o cenário é um pouco mais cauteloso e a desaceleração do crescimento deve ser maior, de 1,8% em 2018 para 0,9% este ano. "A economia europeia desacelerou a despeito de condições financeiras razoáveis, revelando grande vulnerabilidade a choques externos", disse o economista em sua apresentação.
A expectativa do BNP é que a China e os Estados Unidos cheguem a um acordo comercial e vê sinais de que medidas de estímulo à atividade adotadas por Pequim começam a surtir efeito. (Altamiro Silva Junior - altamiro.junior@estadao.com)
