Economia & Mercados
20/05/2022 18:35

Especial: Sem neve e presencial, Davos discute Ucrânia, inflação e terá debate com Guedes


Por Altamiro Silva Junior, enviado especial

Zurique, 20/5/2022 - O Fórum Econômico Mundial volta a ser presencial, depois de dois anos de pandemia, e começa neste fim de semana em Davos, com a expectativa de atrair 2,5 mil participantes, incluindo 50 chefes de Estado. Sem a neve que costumava marcar os eventos tradicionalmente realizados em janeiro, e com uma guerra na Europa, o evento terá foco importante na geopolítica, para discutir a situação da Ucrânia e o mundo que emerge do conflito, mais dividido. Na economia, o tema principal é a inflação, que não anda dando trégua em nenhum lugar e pode ameaçar o crescimento mundial.

Do governo de Jair Bolsonaro, o representante maior será o ministro da Economia, Paulo Guedes, que vai participar de um painel para discutir o endividamento mundial, na quarta-feira (25), e um dia antes de outro debate para discutir práticas ESG (governança, sociais e ambientais) nas empresas da América Latina. Este último evento terá participação do fundador do Nubank, David Velez.

Na agenda oficial de Guedes, segundo sua assessoria, estão previstas reuniões sobre crescimento sustentável, parcerias econômicas com a Ásia e o Pacífico, perspectivas da conjuntura econômica global e parcerias econômicas na América Latina. Em meio a bilionária venda de ações da Eletrobras, esperada para a semana que vem, Guedes "vai apresentar o Brasil como destino privilegiado para investimentos".

Na volta ao presencial, o Fórum Econômico Mundial terá como tema central "A História em um ponto de inflexão: políticas governamentais e estratégias de negócios". Um dos nomes mais esperados é o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Depois de fazer esta semana uma aparição em vídeo no Festival de Cannes, na vizinha França, o líder ucraniano fala em Davos na segunda-feira, também por vídeo, em um discurso que deve durar 30 minutos.

Bolsonaro não vai e, da região, vão o presidente da Colômbia, Ivan Duque, e do Peru, Jose Pedro Castillo Terrones. Fora dos chefes de estado, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, é uma das mais aguardadas e participa de dois eventos para discutir os rumos da Europa, abalada pela inflação e a guerra.

Do setor privado, a lista de presença conta com 1.250 nomes. Do Brasil, estão nomes como André Esteves, do BTG Pactual, e Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do conselho do Bradesco. Entre os americanos, o fundador da Microsoft Bill Gates vai falar da próxima pandemia, enquanto o badalado gestor de Wall Street, Ray Dalio, participa de um painel para falar do mundo mais dividido que emerge com a invasão da Ucrânia pela Rússia. O mesmo painel terá a presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.

“A reunião anual é a primeira cúpula que reúne líderes globais nesta nova situação caracterizada por um mundo multipolar emergente como resultado da pandemia e da guerra", comenta o fundador e chairman do Fórum, Klaus Schwab, em mensagem enviada aos participantes.

O Fórum voltou a ser presencial, mas alguns convidados vão participar remotamente. Para entrar no evento, a organização exigiu comprovante de vacinação, inclusive das doses de reforço. Além disso, a cada 24 horas, os participantes serão testados para a covid.

Contato: altamiro.junior@estadao.com
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