Por Eduardo Rodrigues e Eduardo Laguna
Brasília e São Paulo, 13/10/2020 - O secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, negou há pouco que o órgão tenha demorado a atuar diante da elevação dos prêmios de risco em papéis mais longos.
"Sabíamos que seria um processo doloroso, mas é difícil prever o timing. Sabíamos que em algum momento haveria essa abertura de prêmio e que poderia ter um efeito comportamental que levasse a uma disfuncionalidade. Mas sempre monitoramos o mercado e conversamos com o Banco Central. Falta de comunicação não foi, nem internamente e nem com o BC", afirmou em videoconferência promovida pela Genial Investimentos. "O mais importante era mostrar que era um processo de ajuste de preço e não um problema de fundamentos. Isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde, mas é uma coisa temporária", acrescentou.
Funchal negou que o Tesouro tenha sido lento ao corrigir distorções entre a curva das LFTs - que tem maior inércia - e a curva de outros papéis. "O risco aumentou, um papel subiu e o outro ficou", afirmou. "A abertura da curva foi muito rápida, mas acompanhamos de perto e não faltou diligência e nem comunicação da parte do Tesouro", completou.
Na última sexta-feira, 9, o Tesouro anunciou que vai oferecer papéis de prazo mais curto. Em comunicado, o órgão anunciou que deixará de ofertar a Letra Financeira do Tesouro (LFT), atrelada à Selic, com vencimento em março de 2023.
A partir de 15 de outubro de 2020, passará a ser ofertada a LFT com vencimento em março de 2022.
Além disso, também haverá oferta da Nota do Tesouro Nacional série B (NTN-B), indexada à inflação, com vencimento em maio de 2023 nas seguintes terças-feiras: 20/10/2020, 03/11/2020, 01/12/2020 e 15/12/2020.
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