Por Eduardo Laguna
São Paulo, 30/03/2022 - Apesar dos anúncios de montadoras que estão reativando turnos parados há meses, a crise no fornecimento de peças, em especial componentes eletrônicos, ainda está longe de virar um problema a ser visto pelo retrovisor da indústria automotiva. A aceleração da produção após a volta dos trabalhadores dos recessos de fim de ano tem esbarrado na falta de peças, o que levou nos últimos dias a uma nova rodada de paralisações completas ou ajustes parciais em pelo menos seis fábricas.
Na próxima segunda-feira, a Renault vai parar toda a produção de sua fábrica no Paraná, onde produz carros de passeio, picapes e furgões. O complexo industrial da marca francesa em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, voltará a funcionar uma semana depois, porém em cadência reduzida porque 300 funcionários de diferentes áreas de produção da Renault terão contratos de trabalho suspensos, o chamado layoff, por pelo menos dois meses.
Até agora, tirando o impacto no custo de logística, industriais ainda não colocam na conta da guerra os gargalos, enfrentados praticamente durante toda a pandemia, na produção. No entanto, pelo prolongamento da crise geopolítica, há uma percepção na indústria de que isso é questão de tempo.
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