Por Isadora Duarte*
Luís Eduardo Magalhães (BA), 03/06/2022 - Apesar dos desafios relacionados ao aumento do custo de produção, especialmente de insumos agrícolas, a Bahia deve colher uma produção recorde na safra 2022/23. A projeção é da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb). "Mesmo com todas dificuldades, estamos otimistas com a safra 2022/23 porque o produtor planejou a compra antecipada dos insumos, principalmente na região Oeste. Isso nos leva a crer que teremos continuidade de aumento de produção de grãos com expectativa de bater o recorde da safra 2021/22 no Estado", disse o presidente da Faeb, Humberto Miranda, durante a 16ª edição da Bahia Farm Show. Na temporada 2021/22, o Estado colheu 11,8 milhões de toneladas de grãos, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Na avaliação do presidente da Faeb, a antecipação das compras dos insumos agrícolas por parte dos produtores deve-se especialmente ao receio em relação à falta de produto no mercado. "A maioria dos produtores já planejou ou finalizou as compras dos insumos, principalmente, para compensar uma possível falta dos produtos no mercado. Com o prolongamento da guerra, continua um ponto de interrogação sobre como será o segundo semestre na chegada de insumos", observou Miranda.
Além da oferta apertada dos insumos agrícolas, Miranda destacou que o agricultor baiano está "bastante" preocupado com o aumento dos custos da safra 2022/23. "O custo de insumos na região do oeste da Bahia aumentou 222% no primeiro trimestre deste ano. Dessa forma, o custo dos insumos mais que dobrou. Apenas o fator covid-19 levou ao incremento de quase 170% no custo dos insumos agrícolas", calculou o presidente da Faeb. "Isso significa aumento direto do custo de produção, o que traz um desafio ainda maior ao produtor", comentou Miranda.
A rentabilidade da safra, contudo, ainda deve continuar positiva, como resultado do aumento de produtividade das lavouras da temporada 2022/23, que tende a compensar a alta no custo de produção. "O produtor vai gastar mais para produzir mas, consequentemente, com aumento de produtividade, a conta vai fechar", concluiu.
*A jornalista viaja a convite da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba)
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