São Paulo, 22/01/2019 - Os contratos futuros de grãos devem começar a sessão desta terça-feira em direções distintas na Bolsa de Chicago (CBOT). O pregão é o primeiro da semana, após um fim de semana prolongado nos Estados Unidos, por causa do feriado de Dia de Martin Luther King comemorado ontem. Traders operam às cegas com ausência de sinais que impliquem precificação, em virtude da paralisação parcial do governo norte-americano, desde 22 de dezembro de 2018. No entanto, o relatório semanal de inspeção de portos, que será divulgado às 14h, pode servir como referência aos especuladores.
Os futuros de soja devem abrir perto da estabilidade, com tendência de leve alta. Investidores retornam às atividades em busca de atualização sobre negociações entre os Estados Unidos e a China. Na imprensa norte-americana, circulam relatos de que EUA e China desejam firmar um acordo e trazer mais previsibilidade ao cenário econômico mundial. Alguns especialistas, entretanto, tentam calibrar o otimismo do mercado ponderando que, apesar de a animosidade entre Washington e Pequim ter diminuído, a tensão continua. Declarações de líderes globais em Davos também são fatores presentes no radar. O clima na América do Sul também exerce protagonismo no movimento especulativo. Até o momento, a previsão é de frente fria e chuva na região central do Brasil, onde as lavouras da oleaginosa vem sofrendo com a falta de umidade.
Já o milho tende a abrir em leve recuo, acompanhando o desempenho do petróleo. A retração nos preços do combustível afeta a competitividade relativa do etanol. Nos EUA, o biocombustível é produzido principalmente à base de milho.
Enquanto o trigo deve iniciar em alta, com condições climáticas desfavoráveis ao desenvolvimento das culturas de inverno na Europa e no Hemisfério Norte. O boletim de acompanhamento da Comissão Europeia, divulgado ontem, aponta para temperaturas mais baixas e tempo relativamente úmido, com chuvas durante esta semana e possível cobertura de neve nas lavouras.
No overnight, o vencimento março da soja subiu 0,25 cent (0,03%), a US$ 9,1700 por bushel. O milho para março recuou 0,25 cent (0,07%), a US$ 3,8150 por bushel, enquanto igual vencimento do trigo avançou 4,50 cents (0,87%), a US$ 5,2225 por bushel. (Isadora Duarte, isadora.duarte@estadao.com, com informações da Dow Jones Newswires)
