Agronegócios
26/03/2019 12:09

Abitrigo/Barbosa: cota de 750 mil t é ação do governo; indústria não participou da decisão


São Paulo, 26/03/2019 - A decisão de isentar uma cota anual de 750 mil toneladas de trigo importado de países de fora do Mercosul da tarifa de exportação comum pelo governo brasileiro foi uma iniciativa do governo, sem participação da indústria, segundo o presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), o diplomata Rubens Barbosa. “Para a indústria, quanto mais opções, melhor para competitividade. Em compensação, a cota não deve afetar produtor nacional porque o volume produzido internamente não é suficiente para abastecimento do mercado doméstico”, disse Barbosa.

Na análise da entidade, apesar de a cota não ser exclusivamente destinada para os Estados Unidos, a maior parte do volume deve ser preenchida por trigo norte-americano. “é uma cota para trigo de qualquer procedência, mas os Estados Unidos têm vantagem competitiva por conhecer mercado brasileiro”, avaliou Barbosa.

Ex-embaixador do Brasil em Washington, Barbosa acredita que a medida não prejudicará as relações comerciais entre Brasil e Argentina. Cerca de 90% do volume importado pela indústria moageira nacional é originado no país vizinho. “Essa cota é pouca expressiva dentro das cerca de 6,5 a 7 mi de toneladas que o Brasil importa anualmente. Isso representa apenas 10% do que importamos. Diante disso, Argentina não deve perder mercado no Basil”, argumentou Barbosa. Ainda segundo o presidente-executivo da Abitrigo, esse cereal importado de fora do Mercosul tende a ser enviado principalmente para moinhos da região Norte, Nordeste, área que geralmente os exportadores argentinos não alcançam. (Isadora Duarte - isadora.duarte@estadao.com)
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