Por Julliana Martins
São Paulo, 28/04/2021 - A Anistia Internacional promete realizar nesta quarta-feira (28) uma série de ações para pressionar a JBS a melhorar o monitoramento da sua cadeia produtiva, de modo a eliminar fornecedores diretos ou indiretos de gado bovino localizados em áreas de preservação ambiental na Amazônia. Em comunicado, a entidade afirma que vai entregar à diretoria da empresa mais de 57 mil assinaturas de pessoas em 84 países que apoiam à petição "Diga à JBS para não comprar gado ilegal da Amazônia", lançada em julho do ano passado. Além disso, colocará nas ruas de São Paulo um caminhão que exibirá mensagens de repúdio à compra de gado criado em áreas ilegais.
Antes disso, estava prevista para ontem à tarde um encontro virtual entre representantes da organização, o diretor de sustentabilidade da empresa, Marcio Nappo, e o executivo responsável pelo monitoramento de fornecedores da JBS, Alexandre Kavati. O Objetivo do encontro seria cobrar e conhecer as medidas que a companhia está prevendo para "garantia dos direitos humanos na sua cadeia direta e indireta de fornecimento", segundo a Anistia.
"A JBS precisa assumir um compromisso público em parceria com seus fornecedores, para indenizar indígenas e moradores das áreas protegidas onde houve criação de gado ilegal. A criação de gado ilegal favorece outras práticas também associadas às violações de direitos humanos como a grilagem, a invasão de terras e o desmatamento. Os olhos do mundo estão voltados para a Amazônia e a Anistia Internacional também chama atenção para as pessoas que vivem sob ameaças constantes, nesses territórios", afirma em nota a diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck.
Em setembro do ano passado, a JBS anunciou o lançamento do programa "Juntos pela Amazônia", no qual está inserida a Plataforma Verde JBS, um sistema com tecnologia blockchain que será utilizado para identificar e monitorar toda a cadeia de fornecedores diretos e indiretos da companhia até 2025. O prazo, porém, é considerado muito longo pela Anistia Internacional.
"A Anistia Internacional reafirma que a JBS deveria ter implementado a devida diligência e medidas preventivas até o final de 2020. Os compromissos assumidos pela empresa precisam ser efetivos na prática e devem ser percebidos por quem vive na Amazônia", acrescenta no comunicado.
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