Agronegócios
10/02/2017 09:44

Café/OIC: preço do robusta tem maior alta mensal em janeiro desde setembro de 2011


Londres, 10/02/2017 - A Organização Internacional do Café (OIC), com sede em Londres, destacou em seu relatório mensal, divulgado há pouco, a recuperação dos preços do grão, que estava em queda até o fim do ano passado, em especial a da variedade robusta. A entidade deu ênfase para a alta de 6,4% vista em janeiro, para 108,32 centavos de dólar por libra-peso, o maior nível mensal desde setembro de 2011.

"Esse aumento pode ser atribuído principalmente à escassez de estoques decorrente de uma pequena safra de conilon no Brasil e da redução das previsões de safras para o Vietnã e a Indonésia", apontou a entidade em seu documento. Por conta disso, destacou a OIC, os torrefadores passaram a substituir cada vez mais as demais origens robusta ou arábica de menor qualidade nas misturas, o que impulsionou os preços de outro grupos.

Já no índice composto da OIC, os preços do café aumentaram em janeiro, em média, em 5,6%, para 139,07 centavos de dólar por libra-peso - estava em 131,70 centavos de dólar por libra-peso em dezembro de 2016. "Embora a média mensal do preço composto da OIC tenha melhorado significativamente em janeiro, ela permanece abaixo do nível de 145,82 centavos de dólar por libra-peso registrado em novembro de 2016", considerou a instituição.

A entidade salientou que as notícias mais recentes de estabilidade do nível das exportações e de clima favorável no Brasil levaram a uma diminuição do valor das negociações no fim do mês passado em relação ao pico diário visto em 23 de janeiro, de 144,54 centavos de dólar por libra-peso. O relatório mensal da Organização enfatizou também que a arbitragem entre os mercados de futuros Londres e Nova York aumentou 5,3% no mês passado, passando de 49,38 centavos de dólar por libra-peso, em dezembro de 2016, para 52,00 centavos de dólar por libra-peso, para janeiro de 2017.

Sobre as exportações, a OIC confirmou que houve crescimento de 8,3% no primeiro trimestre do ano cafeeiro de 2016/17 (outubro-dezembro) em relação a idêntico período do ciclo anterior, para 29,8 milhões de sacas. Especificamente em dezembro do ano passado, as vendas externas do produto totalizaram 10,2 milhões de sacas, 7% a mais que em igual mês do ano anterior. As exportações de café arábica aumentaram 8,5%, para 19,2 milhões de sacas. Já as remessas de robusta aumentaram 7,9% em relação ao ano passado, com exportações das duas maiores origens, Vietnã e Indonésia, estimadas em 16,1% e 21,2%, respectivamente.

O documento também trouxe as primeiras estimativas de produção de café no Brasil feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a próxima safra 2017/18, de uma redução de cerca de 10% em relação ao ano corrente e de 8% ante o ano passado no cenário mais otimista e de até 15% no quadro mais conservador, para um total entre 43,65 e 47,50 milhões de sacas. "Os elevados volumes de exportação e dos níveis de estoques nos países consumidores podem exercer pressão sobre os preços", previu a entidade.

Com base nas últimas informações recebidas dos países membros, a Organização salientou que a produção total no ano-safra 2016/17 é estimada em 151,6 milhões de sacas. "Espera-se que a produção de robusta aumente entre 8% e 21%, uma recuperação significativa em relação à baixa produção do ano passado. No entanto, algumas fontes independentes indicam números muito mais altos para a produção total do Brasil", considerou a OIC. (Célia Froufe, correspondente - celia.froufe@estadao.com)
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